A população de Marília foi “esfolada” pelo aumento de arrecadação de IPTU desde 2009 sem coragem das administrações para promover medidas de ajuste, como a revisão da planta genérica e justiça fiscal, que cobre mais de prédios supervalorizados dos corredores comerciais.
A conclusão está em um levantamento divulgado nesta terça-feira pelo cientista político e pesquisador Marcelo Fernandes, professor na Unesp de Marília e responsável por diferentes iniciativas de pesquisas e acompanhamento do serviço público na cidade.
Marcelo coordenou na cidade pesquisas do Observatório de Gestão Pública, criado junto à Unesp, que resultaram na revelação de escândalos com gestão financeira e até medidas judiciais contra administradores públicos de Marília.
No estudo divulgado nesta terça, o pesquisador – que é cientista social e especialista em relações internacionais – diz que a prefeitura acertou em desistir do projeto de aumento do a 2018, 2019 e 2020. Publicou ainda um gráfico sobre a evolução do imposto.
“Desde 2009, a população já foi esfolada pelo aumento de IPTU que saltou de R$ 21 milhões (2009) para R$ 57,31 milhões (2016). Observem que no governo Vinicius Camarinha ocorreu o maior aumento de IPTU da história de Marília. Ainda bem que o Poder Executivo brecou o projeto. Deve propor outro”, diz Marcelo.
O pesquisador sugere a revisão da planta genérica, documento oficial que estabelece avaliação da ocupação imobiliária em toda a cidade e pode estabelecer revisão de valores de imóveis com alto potencial comercial e custo de locação, mas que por serem antigos são registrados com valores subdimensionados e impostos baixos.
“Vamos mudar a fórmula de cobrança, Prefeito. Aumente a arrecadação taxando quem paga muito pouco hoje na área central e nos corredores comerciais, os quais são de alto valor patrimonial e nenhum prefeito ainda teve a coragem e a honestidade de alterar”, diz o pesquisador.
Veja abaixo a íntegra da postagem
“SOU CONTRA O AUMENTO DE IMPOSTOS.
Principalmente do IPTU, simplesmente porque ele pune as pessoas menos privilegiadas e agrega pouco aos cofres municipais. O aumento proposto pelo atual prefeito arrecadaria em torno de R$ 6 milhões a mais, o que não representa muito num orçamento de quase R$ 1 bilhão. Contudo, pesaria demais no bolso de todos.
Desde 2009, a população já foi esfolada pelo aumento de IPTU que saltou de R$ 21 milhões (2009) para R$ 57,31 milhões (2016). Observem que no governo Vinicius Camarinha ocorreu o maior aumento de IPTU da história de Marília. Ainda bem que o Poder Executivo brecou o projeto. Deve propor outro.
Sugestão: realize uma revisão da Planta Genérica de Valores, sobretudo dos imóveis centrais e em corredores comerciais da Zona Leste, Norte e Sul. Para termos uma ideia, tem prédio na Avenida João Ramalho sendo comercializado por R$ 2.000,00 o metro, preços de São Paulo, mas com valor venal de imóvel sendo o mesmo de uma casa no Nova Marília IV.
Vamos mudar a fórmula de cobrança, Prefeito. Aumente a arrecadação taxando quem paga muito pouco hoje na área central e nos corredores comerciais, os quais são de alto valor patrimonial e nenhum prefeito ainda teve a coragem e a honestidade de alterar. Caso ocorrer assim, a Prefeitura, simultaneamente, aumentará a arrecadação sobre quem pode pagar mais, diminuindo o IPTU dos mais pobres com justiça tributária social. Vamos fazer o certo em benefício da maioria?“