Em uma das cenas mais marcantes do filme ‘Mauá, o Imperador e o Rei’. O escravo Valentim fala para o Irineu Evangelista (o Barão de Mauá, que ainda era só Irineu, ele virou Barão depois de construir e inaugurar a primeira estrada de ferro no Brasil em 1854). “Que não importa se o patrão é bom ou ruim, ele não pode confiar, ele não deve confiar em nenhum tipo de patrão.
Mauá, de origem simples, se transformou no primeiro empreendedor brasileiro, e desafiou, tanto a Corte brasileiro quanto os britânicos que não queriam perder as “boquinhas” da nossa economia.
O engraçado é que o jovem Irineu se transformou em um dos principais homens do Segundo Reinado, justamente por causa dos patrões. O primeiro, um comerciante de escravos e dono de um armazém e o segundo, esse sim, que concedeu a grande oportunidade para ele mudar de vida, um inglês que trabalhava com importação e exportação. Abolicionista, o Barão vai comprar a carta de alforria do Valentim, dar a sua liberdade e o transformar em seu empregado.
Todos nós já fomos empregados um dia, mesmo aqueles que nunca precisaram trabalhar, tiveram que prestar contas aos seus pais. E geralmente esses, os ricos, quando o dono da riqueza morre, os herdeiros acabam com a fortuna. Uma das piores situações é quando o empregado passa a ser o patrão. Em muitos casos, quando este ascende a tal posto, ele esquece que um dia foi empregado e passa a pisar nos seus funcionários. Os casos contrários são raros.
Henry Ford, um dos principais empreendedoras do mundo, tratava muito bem seus empregados, aliás, pagava um salário digno que inclusive, proporcionava a todos em sua fábrica, a compra do Ford T. Ele estava certo, pagar bem seus funcionários, todos ficam felizes, a produção melhorava, e a fábrica funciona sem problemas. Se todos os patrões pagassem bem seus funcionários, não pensassem tanto no capitalismo selvagem, haveria menos desigualdades no mundo e mais riqueza sendo distribuída.