Chegou a hora de mais uma Black Friday, marcada para começar nesta quinta, 23 de novembro, e a expectativa dos consumidores para conseguir produtos com desconto e até antecipar as compras de Natal amplia compras on line e possibilidades de propagandas enganosas e ofertas falsas, e pode deixar os clientes vulneráveis a ataques cibercriminosos.
Em 2016, segundo o site oficial da Black Friday no Brasil, as compras movimentaram R$ 1,9 bilhão em vendas. No ano passado, o site Reclame Aqui registrou 2.912 reclamações de clientes e os cinco principais motivos da insatisfação foram: propaganda enganosa (22% das reclamações); divergência de valores (15%); problemas na finalização da compra (12%); produto indisponível (7,7%); e promoção (6,6%). Protagonista em outras edições, a maquiagem de preço – o famoso “metade do dobro” (quando o valor é elevado antes de aplicar o desconto) – foi apenas o sexto motivo de queixas, 5,4%.
De acordo com Paulo Rogério de Mello Cardoso, docente da área de tecnologia da informação do Senac Marilia, em ações como a Black Friday o ambiente virtual se torna um prato cheio para os oportunistas. “Os sites e empresas são sempre alvos de ataques, pois reúnem dados de clientes que são bastante valorizados no mercado ilegal. Os grandes sites trabalham com um enorme volume de transações, movimentadas diariamente. Se a empresa for alvo de sequestro de dados, elas estarão dispostas a pagar um preço alto para ter seus dados de volta.”
Conhecido por Bad Rabbit, os primeiros ataques desse ransomware começaram na Europa e já chegaram ao Brasil. O ransomware é um tipo de vírus que sequestra dados do computador da vítima e cobra um valor em dinheiro pelo resgate, geralmente usando a moeda virtual bitcoin, o que torna quase impossível rastrear o criminoso.
“Esse tipo de ação pode ocorrer a qualquer momento, independente de eventos. É claro que, nessa época do ano, a quantidade de acesso a sites aumenta por conta das promoções. Esse período pode servir de isca para usuários desatentos, facilitando assim a prática desse tipo de invasão”, explica Paulo.
Para auxiliar os clientes a realizarem uma compra segura e evitar dor de cabeça, o docente do Senac Marília reuniu 10 dicas importantes na hora de aproveitar as promoções.
1 – Avalie a segurança do seu próprio dispositivo, seja smartphone, tablet, notebook ou computador. É imprescindível contar com um antivírus atualizado.
2 – Uma forma de verificar a segurança é o campo de endereço do site acessado. Veja se ele possui a sigla ‘’https’’ e um cadeado fechado. Vale observar também se o site dispõe de selos de segurança, como E-bit, ClearSale e TrustVox.
3 – Se o site for desconhecido, desconfie de mensagens com links e que são enviadas por sms. Na dúvida, opte por escrever o endereço completo do site na barra de busca de seu navegador de internet.
4 – Ainda que o site seja conhecido e seguro, nunca realize compras com computadores de terceiros ou que conta com rede de internet pública.
5 – Sempre confira a política de privacidade do site que estiver acessando ou realizando compras.
6 – Procure informações sobre o site. Cheque se ele possui um endereço físico, ponto de distribuição e a transportadora contratada.
7 – Para evitar ser vítima de invasões, procure sempre ter o seu sistema operacional atualizado.
8 – Em casos de receber solicitações para atualização do Flash para ver um vídeo ou acessar algum conteúdo, não faça via pop-ups do próprio site. Você pode descobrir se está utilizando a versão mais recente no próprio site da Adobe e obter o download seguro e original do Flash, caso seja necessário seu uso.
9 – Não instale programas que sejam de sites que você não conheça: procure sempre utilizar softwares originais.
10 – E o mais importante: não deixe de perguntar para amigos se eles já realizaram uma compra pelo site de seu interesse. Uma alternativa é ler os comentários do produto procurado e verificar as avaliações da loja.
Direito do consumidor no pós-compra
Após a finalização da compra, o site deve enviar um e-mail com a confirmação da compra, número do pedido, características do produto e as etapas da entrega. O Procon-SP alerta que, no caso das compras on-line, o cliente tem até sete dias para fazer a notificação de troca ou devolução do pedido.
O link a seguir aponta os sites que o Procon-SP não indica: são endereços que receberam reclamações dos consumidores, foram notificados, mas não emitiram uma resposta ou não foram encontrados. Confira: http://sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite/list/evitesites.php