A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) formada, na Câmara de Marília, para investigar o rombo financeiro no Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm), iniciou nova fase das oitivas, na tarde desta quarta-feira, 29.
Foram ouvidos os ex-secretários municipais de Fazenda, Osvaldo Vilela Filho, de 1997 a 2008, e Adelson Lélis da Silva, que exerceu o cargo entre 2011 e 2012.
Para o vereador Maurício Roberto (PP), membro da CPI, existe ainda um ‘vácuo` que precisa ser esclarecido. “Há, ainda, um vácuo importante que precisa ser esclarecido entre 2008 e 2011. Neste vácuo me parece que tem importantes informações que podem levar a conclusões diferentes, do que somente a falta de repasse e de aporte”, informou o vereador.
Adelson Lélis da Silva, que respondeu pela secretaria entre março e julho de 2012, por conta do afastamento judicial do então secretário Nelson Grancieri Júnior, disse que encontrou as contas com milhões em dívidas e nada no caixa. Lelis assumiu com o afastamento de Nelsinho e com a renúncia do ex-prefeito Mario Bulgareli, na época enterrado em escândalos, que foi substituído pelo vice, Ticiano Toffoli.
“No período em que estive secretário da Fazenda, não foram feitos o repasse da cota patronal e também não foi paga a parte dos servidores, descontada em folha. Não se pode falar em apropriação indébita, porque, com esse dinheiro, pagávamos os atrasados, respeitando a ordem cronológica de vencimentos. Os repasses já não estavam acontecendo desde o ano de 2009”, ressaltou Silva.
A CPI revelou mais um problema: n]ão consegue localizar Nelson Grancieri, o Nelsinho, como era conhecido. Homem forte da gestão Bulgareli, foi chefe de gabinete, acumulou a função de secretário e acumulou também escândalos que viraram medidas judiciais. Caso Nelsinho não seja localizado, a CPI deve fazer intimação por edital no Diário Oficial e por correspondência com aviso de recebimento.
A comissão ouviu também o ex-secretário Osvaldo Vilela, que ocupou o cargo até 2008, no final do primeiro mandato de Bulgareli. E disse que não deixou dívidas. “No período em que fui secretário da Fazenda, nossa prioridade sempre foi de pagar os servidores em dia. Tanto os da ativa quanto os aposentados e nunca houve déficit de caixa para o pagamento destes servidores. O servidor não pode ficar sem receber”, afirmou.
O ex-secretário disse ainda que, no ano de 2006, foi extinta a taxa de limpeza e conservação pública, mas que, mesmo assim, os pagamentos e repasses foram feitos.