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Auditoria mostra descontrole em hospital de Garça e caso vai à Justiça

Prefeito João Carlos com relatório de 11 mil páginas sobre hospital
Prefeito João Carlos com relatório de 11 mil páginas sobre hospital

A Prefeitura de Garça vai enviarão Ministério Público um relatório com pelo menos 11 mil páginas sobre o Hospital São Lucas, mantido pela Santa Casa daquela cidade, com indicações de superfaturamento, omissão de informações sobre gastos, dívidas milionárias e até obrigação de devolver dinheiro aos cofres públicas

O relatório foi apresentado aos vereadores em uma audiência pública que lotou a Câmara da cidade. Durante quase quatro horas, Wagner Caprioli, um dos diretores da empresa Brasil Diagnóstico, contratada para uma auditoria no hospital, apresentou a situação do São Lucas.

Entre alguns dos problemas levantados, está a obrigação de devolver R$ 2.232.000,00 repassados através de emendas parlamentares e gastos sem a apresentação de prestação de contas.

Há notas com indicação de superfaturamento, como a compra de máquinas de lavar industriais, que segundo o relatório foram adquiridas com valores bem acima do estimado e não são usadas pois não atendem tecnicamente as necessidades do hospital.

O relatório envolve apontamentos técnicos, notas e documentos oficiais do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde, que dão a fundamentação ao diagnóstico.

O diagnóstico possui relatórios contábeis de 2013 a 2017 e envolve notas preenchidas de forma errada, contratos fora dos procedimentos e erros no pagamento de prestadores de serviço, entre outros problemas graves.

Segundo o diretor da empresa Diagnóstico Brasil, o relatório passa a ser um planejamento para a busca de recursos, de entendimento administrativo e de equilíbrio de contas.

Cópias digitalizadas também serão entregues à Câmara de Vereadores e ao Cartório de Registro de Notas, para que a população tenha acesso a esse documento.

O relatório indica ainda que a relação de patrimônio do hospital envolve bens e equipamentos que não foram encontrados. “Muitos saíram para conserto e não voltaram, pois foram retidos pelos fornecedores que a Irmandade devia”, disse o prefeito João Carlos Santos.