O diretor geral da Famema (Faculdade de Medicina de Marília) disse em audiência da Comissão de Educação na Assembleia Legislativa que a encampação da faculdade por uma universidade estadual é “solução para a instituição” e pediu que o governo do Estado olhe para a Famema “com mais carinho”.
Valdeir Fagundes participou da audiência a convite do deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL), educador que tem recebido demandas e encaminhado discussão sobre a crise na Famema, que há três anos não reajusta salários e sofre com problemas de estrutura.
“Eu vejo isso como uma solução para a instituição, apesar de a gente ver e acompanhar o financeiro das universidades tão divulgado como financiamento insuficiente, até em nossa casa está insuficiente.”
A manifestação de Valdeir sobre a encampação foi uma reação a um pronunciamento de Gianazzi sobre a medida. O deputado lembra que uma lei aprovada em 2006 previa a encampação da Famema por uma das três universidades paulistas: USP, Unesp e Unicamp.
Segundo Valdeir Fagundes de Queiroz, o projeto de encampação foi congelado pelo ex-governador José Serra, que teria descartado a medida para transformar a Famema em uma instituição isolada de ensino, com orçamento próprio.
“Nós temos 50 anos e não temos um prédio próprio, pagamos aluguel. Diria para vocês que nossa instituição está entre as melhores de São Paulo e as melhores do Brasil. Nossos alunos têm um desempenho essencial…trabalhamos no sentido de ter uma área para ter um campus universitário. O prédio onde funciona a faculdade o proprietário estava pedindo. Ele foi elegante, ficou seis a oito meses sem receber.”
Gianazzi foi responsável por uma audiência em que estudantes e funcionários apresentaram informações sobre a crise e perdas da Famema nos últimos anos.
A comissão havia convidado também o vice-governador Márcio França, que acumula o cargo de secretário estadual de Ciência e Tecnologia e é responsável pelos repasses da pasta à Famema. Márcio França enviou um representante que prometeu ”ajudar” a faculdade.
“Prestamos serviços a 62 municípios, são 1,2 milhão de pessoas e temos o único hospital publico de toda a região. Pedimos ao governo que nos olhe com mais carinho”, disse Valdeir no encontro.
O diretor lembrou os problemas de organização administrativa. O Complexo Famema, que envolve duas faculdades e três hospitais, além de ambulatórios e outros espaços de atendimento, é gerenciado por duas autarquias estaduais e duas fundações.
Gianazzi lembrou durante a audiência problemas recentes da Famema, como investigação pela Polícia Federal e as diversas críticas de alunos. “Falta material didático, as instalações são precárias e apenas 60 bolsas auxílio no valor de R$ 330 reais são disponibilizadas”, disse o deputado durante a audiência.
Valdeir Fagundes destacou que foi nomeado em maio deste ano, ainda trabalha na reorganização e afirmou ainda que pretende fazer gestão de colegiado, diz ter reuniões periódicas com funcionários e alunos. “O diretório foi o primeiro grupo a ser atendido pela diretoria”