Marília

Prefeitura quer documentos apreendidos pela Operação Miragem

Prefeitura quer documentos apreendidos pela Operação Miragem

A Prefeitura de Marília protocolou no Tribunal Regional Federal da 3º Região, em São Paulo, uma consulta sobre a possibilidade de liberação de documentos e computadores apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Miragem, criada para investigar falsificação e outros crimes em torno das rádios Dirceu AM e Diário FM.

São informações recolhidas em um escritório onde funcionaria o chamado “gabinete paralelo”, uma sala particular onde a PF teria encontrado documentos oficiais da Prefeitura em agosto de 2016.

O ex-prefeito Vinícius Camarinha era um dos investigados por envolvimento em fraudes sobre posse e controle das rádios e do jornal Diário. Hoje ele é um dez denunciados por crimes relacionados ao caso.

A consulta da prefeitura sobre os documentos levanta possibilidade de o material ser devolvido ao município e à administração. Não há detalhes sobre o conteúdo do material recolhido nem do pedido da prefeitura. O processo corre em sigilo de justiça.

Ainda assim, o acompanhamento da tramitação processual permite identificar que a petição da prefeitura foi protocolada nesta a segunda-feira, dia 15.

Além das buscas no chamado “gabinete paralelo” a PF fez buscas no prédio da administração e em endereços residenciais ligados ao ex-prefeito e seu pai, o deputado estadual Abelardo Camarinha, também denunciado no caso.

Os dois mantém escritório político em salas particulares no prédio onde funcionaria o “gabinete paralelo”. O uso das salas comerciais e a descoberta dos documentos seriam a base de uma nova fase da Operação, que segue em sigilo.

O deputado e o ex-prefeito já tentaram até em procedimento judicial no STF (Supremo Tribunal Federal) conseguir acesso a informações de eventuais novas investigações envolvendo seus nomes na delegacia da Polícia Federal em Marília.

MIRAGEM

A Operação Miragem foi deflagrada para investigar falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e outras fraudes envolvidas em representação sobre propriedade e controle das rádios Diário FM, Dirceu AM e do jornal Diário.

As rádios foram lacradas em agosto de 2016, no lançamento da operação, por atividade sem autorização da Anatel, que estava vencida.

O jornal foi fechado em janeiro de 2017 na segunda fase da Operação, que investigou ameaças de morte contra a empresária Sandra Mara Norbiato, de Ribeirão Preto, identificada em documentos como proprietária do jornal em rádios.

Em acordo de delação premiada assinado em outubro de 2016, Sandra disse ser laranja do deputado e do ex-prefeito.

Vinícius e Abelardo Camarinha nega envolvimento em qualquer fraude, negam ser donos ocultos das emissoras e dizem que as denúncias têm motivação política, feitas por adversários para prejudicar a família e sua atuação política e eleitoral.