O professor Roberto Cavallari Filho não é mais Secretário Municipal da Educação em Marília, vítima de ajuste político e de um impasse sobre um processo de licitação na Prefeitura de Marília. O secretário passou a manhã na sede do órgão mas não atende jornalistas e não falou sobre o caso.
Em nota divulgada no início da tarde desta quarta, a prefeitura informa apenas que “devido ao planejamento de reorganização administrativa previsto pela equipe do executivo, o professor Beto Cavallari não está mais à frente da Secretaria Municipal da Educação. Ainda não há definição do novo secretário que conduzirá a pasta”.
Um grupo de educadoras da rede municipal chegou à Câmara por volta de 14h para discutir com vereadores e a direção do Legislativo a crise na pasta e a saída do secretário. O encontro acontece neste momento.
Beto Cavallari deve ser substituído interinamente por um servidor de carreira, diretor de escola. A escolha do nome teria fundo político, inclusive com apoio de profissionais próximos ao grupo do ex-prefeito Vinícius Camarinha e de seu pai, o deputado estadual e ex-prefeito Abelardo Camarinha.
Desde o início do mandato há muita pressão sobre as indicações para assessores na pasta, inclusive dentro da administração. Beto resistiu a elas
Postagens da esposa do secretário, Alessandra Berriel, que dirige o PPS na cidade, e do coronel reformado da PM Sugar Ray Robinson, também ligado ao partido, apontam rejeição do secretário a uma licitação como a principal causa para a mudança, mas não há detalhes sobre o processo de compras.
O impasse sobre a compra seria a “cereja do bolo” em uma relação comprometida entre o secretário e o prefeito Daniel Alonso por conta do desgaste político com algumas das medidas e a pressão em torno da pasta, uma das mais cobiçadas na cidade.
A gestão de Beto tem sido centro de muitas polêmicas e embates contra ajustes propostos pelo secretário, que é professor universitário com doutorado nos Estados Unidos.
Controle do recesso para evitar duas férias de servidores, mudança na distribuição e consumo da merenda, mudanças na gestão de cargos dentro das escolas, redução dos gastos com festas de formaturas foram algumas das medidas polêmicas enfrentadas pelo secretário.
A Secretaria enfrentou ainda embates para mudar relacionamento com entidades assistenciais e atender exigências federais que segundo programas tradicionais poderiam ameaçar o atendimento.
Apesar das crises com algumas instituições, a secretaria encaminhou chamamentos públicos que definem orçamentos para todas as instituições.