O ex-prefeito Ticiano Toffoli disse nesta quarta-feira em depoimento à CPI do Ipremm na Câmara de Marília que assumiu com déficit mensal de R$ 8 milhões nas contas públicas e que por questão de prioridades não fez repasses ao instituto.
Toffoli, que cumpriu mandato tampão após a renúncia de Mário Bulgareli, abriu a fase de depoimentos de ex-prefeitos. Bulgareli deveria ter sido ouvido também nesta quarta, mas não compareceu.
O mandato de Toffoli durou de março a dezembro de 2012. “Logo que assumi, tomei conhecimento que existia um déficit mensal de R$ 8 milhões. Por isso, precisamos eleger prioridades para pagamentos e elaborar um plano para melhorar nossa arrecadação”, disse.
O ex-prefeito declarou que naquele momento a prefeitura já acumulava calotes em repasses das cotas patronais e de servidores, além de abandonar pagamento do parcelamento de dívida, já existente.
Segundo a auditoria da Previdência Social, quando Ticiano Toffoli assumiu o governo, a dívida da prefeitura com o Ipremm era de R$ 8 milhões, referente à cota patronal, R$ 12,9 milhões, da cota dos servidores e R$ 1,1 milhão referente ao parcelamento de dívida de governos anteriores, totalizando R$ 22 milhões.
Nove meses depois, quando deixou a prefeitura, este valor era superior a R$ 43 milhões. Toffoli disse que pagou, parcialmente, algumas parcelas e repasses atrasados, mas, segundo a CPI, estes pagamentos foram feitos apenas, nos dois últimos meses de seu mandato.
Sobre o reajuste salarial, concedido aos servidores, durante o seu governo, Toffoli disse que “não houve estudo de impacto financeiro futuro” e que “apenas houve um reajuste de 7% para acompanhar a inflação do período”.
Os membros da CPI questionaram se o ex-prefeito teve algum contato com a então presidente do Ipremm, Nilma de Oliveira Luiz e se ela havia feito algum pedido formal, para que a prefeitura fizesse os pagamentos.
“Nosso contato era apenas durante as reuniões de secretários, então discutíamos vários assuntos. Fica difícil lembrar, mas acredito que nenhum pedido foi feito nestas oportunidades”, disse Ticiano Toffoli.
Para o membro da CPI, vereador Maurício Roberto (PP), após as oitivas, documentos e depoimentos serão confrontados. “É preciso cautela para atribuirmos responsabilidades. O que está claro, por hora, é que o Ipremm nunca foi prioridade para as administrações anteriores. Após o término das oitivas vamos analisar os documentos enviados para a nossa comissão e confronta-los com os depoimentos realizados aqui, para subsidiar um relatório final”, disse.
Nesta quinta-feira, 25, estão agendados os depoimentos do ex-prefeito Vinícius Camarinha (PSB) e do atual prefeito, Daniel Alonso (PSDB), às 14 horas e 16h, respectivamente, na sala de reuniões públicas, vereador Nasib Cury.
Na sexta, 26, o ex-secretário de fazenda, Nelson Virgílio Grancieri, o Nelsinho, é aguardado para prestar depoimento, às 14 horas. Como Nelsinho não compareceu nas duas datas anteriores em que foi intimado, a Câmara prevê um pedido de condução coercitiva efetuado pela CPI à justiça, caso não apareça novamente.