Marília

Luto – Marília perde a arquiteta e artista Roberta Pauli

Luto – Marília perde a arquiteta e artista Roberta Pauli

Marília perdeu nesta segunda-feira uma arquiteta e artista plástica com trabalho reconhecido até no exterior e uma inspiradora vontade de viver. Roberta Pauli, 38 anos, faleceu em consequência de um tumor que combatia há pelo menos oito anos.

Roberta foi submetida a pelo menos cinco cirurgias desde a descoberta do tumor e em 2017 estava em tratamento de quimioterapia, com consequências como perda de mobilidade, o que afastou do escritório, convivência com muitos amigos e exposições ou eventos de arte.  

Além de muitos projetos de construção e decoração de ambientes em Marília e outras cidades, Roberta participou de exposições nos estados Unidos, onde sua obra ganhou também boa divulgação.

Teve projetos expostos na sede da ONU (Organização das Nações Unidas) e participou com um seleto grupo de artistas da mostra “She Moves in misterious Ways na galeria Saphira & Ventura, onde deve manter suas obras por até um ano. Também participou por duas vezes de exposições no Museu do Louvre, em Paris.

Fez tudo isso sem perder a base e o contato em Marília, onde a família mantém empresas. Ministrou oficinas de artes para crianças no Lar da Criança, Restaurante Infantil, Cacam (Centro de Apoio à Criança e Adolescente de Marília) e Gaach (Grupo de Apoio à Criança com Câncer e Hemopatias).

Em São Paulo, foi a primeira artista a fazer as vitrines da loja Oma Tees, no Shopping Cidade Jardim, além de assinar estamparia das camisetas da marca.

Participou ainda da mostra Casa Cor São Paulo e de produção para o Leilão Objetos do Coração organizado pelos atores Otaviano Costa e Flávia Alessandra, para arrecadar fundos para o Hospital do Câncer de Matogrosso. Em março de 2012 entrou para a Galeria Mali Villas-Bôas e faz parte de seu catálogo de artistas. Transformou sua experiência em palestras de autoajuda e motivação pessoal, o que envolveu treinamento para atuar na relação com o público.

Chegou a pensar em parar de pintar. E viveu uma experiência que não só incentivou a produção como detonou um processo de mudança pessoal. Católica pouco praticante, produzia uma tela em aplicação de formas com estilo 3D quando a pintura revelou esboço da imagem de Jesus em um dos quadrados.

“Levei um susto. Perguntava por quê? Não imaginava que eu mereceria um sinal assim. Continuei pintando e apareceu uma cruz. Comecei a chorar, mostrei a um cliente que é espírita e ele perguntou: você tem noção do quanto é abençoada?”

A tela ganhou o nome de Divino e foi divisor na vida da arquiteta, que passou a estudar espiritismo, inclusive com cirurgias espirituais em Franca, um centro neste tipo de atividade. Contrariou más previsões e em pelo menos três cirurgias com possibilidade de perda de mobilidade manteve-se ativa até a última cirurgia, já em 2017.

“A convivência com ela deixa uma mensagem com muita força de viver, muita vontade, sonhos, pintar. Difícil de acreditar, a gente tem que aceitar mas era uma pessoa com muita vontade de viver”, disse a arquiteta Aglays Damasceno, amiga e parceira em alguns projetos profissionais.

O cineasta Marcelo Colaiacovo, de São Paulo, primo da arquiteta, postou foto de infância e lembrou as boas recordações. “Vá em paz, te amo”. A professora Maria Cristina Maniscalco foi outra que postou mensagem de despedida. “Mais um anjo para ficar ao lado de Deus!  Roberta vá em paz!!!”

Roberta Pauli será velada na sala 4 do Velório Municipal a partir de 19h. às 6h deve ser transferida para o crematório da cidade de Maringá.