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Pastoral da Terra denuncia violência e ameaças a produtores no cerrado

Pastoral da Terra denuncia violência e ameaças a produtores no cerrado

Cenas de velho oeste, violência comum que já produziu crimes como a morte do ambientalista Chico Mendes e da missionária Dorothy Stang, entre outros caso, estão para se repetir no Cerrado Brasileira em pleno século 21. O motivo é o mesmo: posse e exploração econômica da terra.

A denúncia está em uma longa carta da Pastoral da Terra, assinada por mais dezenas de entidades e lideranças, que acusam situação de ameaças de morte, violência e pressão contra pequenos produtores.

As denúncias, que começaram em setembro de 2017 com ameaças contra Adaildo Alves da Silva, um pequeno proprietário rural, foram tomadas neste mês. Dois homens armados abordaram o agricultora e membros de uma comunidade do Piauí.

“Pressionada pelo Ministério Público Estadual e Federal, a Polícia Civil foi até a Comunidade Salto para averiguar as ameaças, porém não efetuou nenhuma prisão e se negou a procurar pelos pistoleiros. A investigação não saiu do lugar”, diz a nota.

Segundo a Pastoral e as entidades, a expansão do agronegócio no Cerrado do Piauí é caracterizada por investimentos financeiros de Fundos de Pensão estrangeiros, como o TIAA-Cref (dos Estados Unidos), o que tem propiciado grande especulação imobiliária por terras griladas por empresários e fazendeiros.

“Mas são nesses pedaços de chão, como na Comunidade Salto, que homens e mulheres vivem há anos, e utilizam dos “baixões” e das Chapadas para plantar e criar seus animais. Espaços de vida que foram sendo tomados à força pelos “projeteiros”, como são denominados os grileiros pelas comunidades.”

Além da investida estrangeira no Piauí, a Regularização Fundiária Estadual, proposta na Lei 6709/2017 agrava a situação conflituosa por desconsiderar o território onde as comunidades vivem.

“Os povos e comunidades piauienses, bem como as organizações e movimentos sociais que os acompanham, têm realizado inúmeras denúncias nacionais e internacionais, todavia, percebe-se que a ausência do Estado brasileiro na prevenção e resolução dos conflitos agrários contribui para o aumento da violência.”