O Santuário Sagrado Coração de Jesus, de Vera Cruz, comunicou nesta sexta-feira o falecimento do Cônego Maurício Pilon, Vigário Paroquial, aos 95 anos, ocorrido nesta madrugada.
O funeral acontece no Santuário de Vera Cruz. Uma missa Exequial, presidida por Dom Luiz Antônio Cipolini, Bispo da Diocese de Marília, será celebrada às 20h, no mesmo local. O sepultamento acontecerá neste sábado, dia 10, às 9h, no Cemitério da Saudade, em Marília.
Filho de Leon Pilon e Maria Rosa Bedard, Maurício Pilon era o primogênito de uma família de nove irmãos. Nasceu no dia 14 de maio de 1922, em São Pedro, cidade próxima a Montreal, Canadá.
Desde criança, como coroinha, sentia forte vocação ao sacerdócio. Muito humilde, indagava consigo mesmo: “Será que conseguirei ser um bom Padre? É uma responsabilidade muito grande…”.
Fez estudos secundários no Colégio Bourget Rigaud, dirigido por Padres de São Vitor, cursou filosofia no seminário menor Trois-Rigaud e Teologia no seminário maior de Ottawa. Foi ordenado sacerdote no dia 25 de abril de 1952, na catedral da Diocese de Ottawa.
Exerceu o sacerdócio no Canadá até a década de 1960, quando veio para o Brasil a pedido de Dom Hugo Bressane de Araújo para suprir a falta de sacerdotes da recém-criada Diocese de Marília. Para se adaptar à língua portuguesa foi necessário um período de estudos no Colégio Cristo Rei de Marília.
No dia 22 de novembro de 1961 assumiu na cidade de Monte Castelo como pároco. Foi um grande desafio, já que a comunidade não era dotada de estrutura física e trabalho pastoral. No início, ficou hospedado na casa de um paroquiano.
Na convivência com essa comunidade aprendeu a amar o povo brasileiro, principalmente os pobres. Do Canadá, restava apenas o sotaque, que permanecia até agora.
Cursou Ciências Religiosas e Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Em 1967 recebeu de Dom Hugo Bressane de Araújo o título eclesiástico de Cônego pelo brilhantismo de seus trabalhos na diocese de Marília e por seu exemplo de vida.
Um ano depois, retornou ao Canadá, atendendo solicitação do bispo de Ottawa, a fim de reanimar a paróquia de Hammond. Nesta comunidade, o trabalho de evangelização era desenvolvido tanto na língua inglesa, quanto na francesa, uma vez que é comum a utilização das duas línguas nessa região.
Em 1975 retorna ao Brasil, em virtude da solicitação de Dom Frei Daniel Tomazella, que o designou pároco de Oriente. Nesta cidade, trabalhou por 17 anos fazendo um intenso trabalho de organização e dinamização das Pastorais.
Em 1992, por solicitação de Dom Osvaldo Giuntini, então Bispo Diocesano de Marília, retornou a Monte Castelo, onde trabalhou como Pároco, até março de 1998.
Em abril de 1998, em atenção às necessidades da comunidade de Vera Cruz, Dom Osvaldo Giuntini o nomeou Vigário Paroquial do Santuário Sagrado Coração de Jesus. Foi acolhido com muito carinho e até seus 90 anos, se esforçou pela evangelização da comunidade, atendendo confissões cotidianamente e celebrando Missas.
Cônego Maurício foi o padre, depois de Monsenhor Florentino Santamaria, que mais permaneceu na comunidade de Vera Cruz. O Santuário cancelou todas as atividades em função do falecimento.