Até 125 policiais militares vinculados ao 4º Batalhão da Polícia Militar em Bauru devem participar nesta quinta-feira, a partir das 7h, de uma operação para desocupação da Fazenda Esmeralda, da Argeplan, ocupada por manifestantes ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A fazenda foi ocupada no dia 7 de março e uma tentativa de desocupação voluntária fracassou. O comando da PM em Duartina e o comando do movimento já conversaram sobre a saída e orientação para que os trabalhadores e suas famílias deixem o local sem necessidade de intervenção dos policiais, mas ela não está descartada.
Em nota enviada ao Giro Marília, o comando do acampamento diz que “o MST ocupa a fazenda, ligada a Michel Temer, desde o dia 07/03. Nesta quarta-feira (21) os sem-terras estão reunidos com os diretores nacionais do Incra em Brasília, e aguardam o desfecho da reunião para informar como será a saída da área.”
O juiz Luís César Bertoncini, de Duartina, determinou a desocupação em despacho do dia 12. “Tendo em vista a certidão da Oficiala de Justiça, informando a recusa dos invasores em atender a decisão para desocupação imediata e voluntária…determino seja imediatamente oficiado ao Comando do 4º Batalhão de Polícia Militar do Interior em Bauru/SP, a fim de que providencie todo o apoio e meios necessários ao adequado cumprimento da desocupação forçada.”
Mas o juiz determinou que a saída seja feita com “todas as cautelas e medidas” necessárias, o que envolve acompanhamento da Prefeitura e Conselho Tutelar.
A Prefeitura deverá fornecer recursos de apoio solicitados pela PM, que incluem caminhões e braçais para retirada de material dos ocupantes caso não haja acordo para saída. Prevê ainda acompanhamento do Conselho Tutelar e serviços de saúde.
O despacho do juiz determina “satisfatório cumprimento da ordem de desocupação mediante atuação harmônica de todas as partes e instituições envolvidas”. A fazenda já foi ocupada outras duas vezes e a desocupação ocorreu sem problemas.
O número de manifestantes envolvidos provocou reforço do policiamento para cumprimento da ordem. O MST pede a destinação da fazenda para reforma agrária.
O coronel reformado da PM João Baptista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, apontado como um dos sócios da Argeplan, é amigo pessoal do presidente Michel Temer. O MST acusa Lima de ser laranja do presidente na posse da Fazenda. Lima e Temer negam.
A ocupação, que começou com 200 pessoas, teria recebido novas famílias nos últimos dias e o número total de pessoas pode passar de 300 no local.
Segundo o comando do MST na Fazenda, caso seja confirmada a desocupação, já foi informada à PM a saída pacífica das famílias, mas a medida pode depender de suporte no transporte para os manifestantes, que chegaram em diferentes períodos e com apoio de veículos que não estão disponíveis no local.