Marília

Campanha quer proteger acervo de jornal e rádios lacradas em Marília

Campanha quer proteger acervo de jornal e rádios lacradas em Marília

Uma campanha lançada em redes sociais quer envolver a Comissão de Registros Históricos da Câmara de Marília e a Secretaria da Cultura em uma ação para resgatar, catalogar e salvar acervo de publicações, imagens, gravações e outros arquivos do grupo CMN (Central Marília Notícias), que abrigava o jornal Diário e as rádios Diário FM e Dirceu AM de Marília, além do arquivo do jornal Correio de Marília.

A iniciativa, que ganha apoio e manifestações, foi lançada pelo contador Orisvaldo Quiquinato, que até 1989 cuidou dos registros e acompanhou a rotina do Correio, um jornal fundado em 1º de maio de 1928 e absorvido pelo Diário na década de 90.

A preocu0pação são exemplares antigos do jornal, imagens e documentos que pela história do Correio ajudam a contar a história da cidade. O Diário também deixou para trás desde janeiro do ano passado mais de 30 anos de história, desde seu surgimento como Marília News, com duas edições semanais.

A campanha foi motivada pela notícia de que a Justiça autorizou o despejo da CMN do prédio alugado que o grupo ocupava na rua Coronel Galdino, 55, até a Justiça Federal fechar as rádios, em agosto de 2016, e o jornal poucos meses depois. Em dezembro a proprietária do imóvel, Elza Arquer, entrou com uma ação de despejo.

“A Justiça mandou despejar a CMN.. Ali contém todo o Acervo do “Jornal Correio de Marília” que foi fundado por Alfredo Augusto de Araújo e seu filho Raul Roque de Araújo em 1928…Mais velho que o município! Precisamos recuperar e incorporar este acervo e patrimônio histórico de nossa cidade, antes que isso seja destruído por algum demente.”

Parte do acervo já está perdida há anos. Além de muitos dos exemplares terem sido danificados pelo tempo por conta das más condições de conservação, em 2005 um incêndio criminoso no prédio – que resultou com três condenados – danificou mais exemplares com gasolina e depois água jogada nos pavimentos superiores.

O acervo não foi microfilmado. São jornais em protegidos apenas por capas de papelão. O Diário mantinha uma seção histórica que resgatava publicações do Correio, mas mesmo estas notícias foram prejudicadas pela falta de acervo, há ponto de a coluna, que poderia tratar de até 70 anos anteriores, foi lançada na início dos anos 2000 com o nome “Há 30 anos”.

As rádios também já perderam boa parte da histórica com danos em discos e depois eliminação de muitos LPs em vinil, que hoje voltaram à moda e são mais caros que os CDs. Ainda assim, o prédio guarda exemplares, arquivos em computador, fotos de coberturas jornalísticas e registros profissionais que contam histórias de dezenas de profissionais que passaram pelos veículos. Desde o fechamento, o prédio está sem energia, sem limpeza e sem cuidados com o acervo.