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Fisiculturismo - Equilíbrio, escolhas e recompensas

Fisiculturismo - Equilíbrio, escolhas e recompensas

Sou o tipo de pessoa que desconhece o equilíbrio. Pulo de um extremo ao outro como uma gangorra em movimento porque acredito que radicalismo é fundamental para o sucesso de alguns projetos.  Talvez por isso tenha me apaixonado pelo fisiculturismo, esporte em que corpo e mente são levados ao limite da exaustão.

Um chocolatinho, uma tacinha de vinho, uma bolachinha recheada, um cigarrinho vez ou outra (e reparem que, para justificar o consumo sem culpa, o substantivo vem sempre no diminutivo) são, SIM, os responsáveis pela gordura abdominal, pela celulite na posterior da coxa, pela flacidez do tríceps e podem arruinar meses de preparação.

Para entrar no mundo das competições e me enquadrar nos padrões da categoria “bikini”, aboli todos os “inhos” e me readaptei a uma nova e disciplinada rotina onde não há espaço para exceção. Se meu pai fosse vivo, certamente não reconheceria essa minha versão fitness, como eu que, muitas vezes, custo a acreditar na dimensão das minhas mudanças.

Substituí a bebida alcóolica pelo whey protein, troquei a balada pela academia, abandonei o vegetarianismo depois de 16 anos e me rendi, ainda que a contragosto, a marmitas com frango ou peixe. Passei a calcular as porções de comida, o peso corporal, as horas de sono… Tudo é pensado para que minha musculatura se desenvolva dentro de critérios como proporção, simetria e definição.

Neste processo, perdi “amigos” de mesa de bar, mas ganhei um corpo torneado e bem disposto. Quando me perguntam se tanto esforço recompensa, olho-me no espelho, os troféus no rack da sala e tenho a total convicção de que sim.