Uma greve-protesto de um dia vai paralisar atividades de docentes, funcionários e alunos da Unesp de Marília na próxima quinta-feira, dia 17, para acompanhar encontro em São Paulo que discute a crise e a queda de investimentos na instituição. A paralisação não atinge serviços de saúde com atendimento ao público.
Uma reunião do Conselho de Reitores das Universidades Paulistas com o chamado Fórum das Seis, que une as categorias profissionais ligadas à universidade, vai discutir problemas como congelamento de salários e mudanças no orçamento que reduzem capacidade de investimentos.
“O último reajuste na UNESP foi em 2015. As perdas salariais atingem 15,99%, não há concursos para docentes e funcionários desde 2014 e os recursos para a permanência estudantil são insuficientes”, diz um comunicado divulgado pela Adunesp, a associação de docentes da Unesp. O comunicado foi divulgado a alunos de sala em sala.
Segundo a entidade, um ônibus com representantes de Marília vai a São Paulo para acompanhar a negociação e pressionar os reitores a adotar medidas para solução da crise. A unidade de Marília terá um debate para participação dos profissionais e alunos que não possam acompanhar a viagem.
Das 8h30 ao meio-dia coordenadores de curso vão discutir “A contrarreforma da graduação” com possibilidade de participação de docentes, alunos, funcionários e interessados, no anfiteatro da Unesp.
Veja a íntegra da carta divulgada pela Adunesp
“À Comunidade acadêmica e mariliense
O sistema educacional no Brasil sofre uma grave crise de investimentos. A sociedade mais uma vez é chamada a se posicionar frente ao desmonte da universidade pública.
No dia 17 de maio às 14h haverá a Reunião do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (CRUESP) com o Fórum das Seis. O último reajuste na Unesp foi em 2015. As perdas salariais atingem 15,99%, não há concursos para docentes e funcionários desde 2014 e os recursos para a permanência estudantil são insuficientes.
No dia 17 sairá um ônibus com professores, servidores técnico-administrativos e alunos de Marília para pressionar os reitores da USP, UNESP e UNICAMP.
Os servidores técnico administrativos da UNESP Marília também decidiram em assembleia pela paralisação e mobilização em São Paulo e Marília.
Até o presente momento, decretaram paralisação os servidores de vários campi, os professores de São José do Rio Preto, Rio Claro, Bauru e Instituto de Artes. Outras unidades estão realizando assembleias nesta semana.
O que financia as Universidades Públicas de São Paulo é parte pequena do ICMS e a garantia e aumento da porcentagem de ICMS viabilizará a recomposição do quadro de servidores da UNESP e a continuidade das pesquisas e serviços que a universidade presta a população. Nos últimos anos, houve expansão da UNESP sem contrapartida de recursos.
A necessidade de reposição de quadros de trabalhado é gritante, os servidores técnico-administrativos trabalham com menos de 50% do número necessário ao funcionamento da instituição e existe um déficit de quase 800 professores em toda a UNESP.
A Reitoria ao invés de reivindicar mais recursos para o financiamento público da UNESP com o Governo Estadual, se entrega às respostas imediatistas e aligeiradas, tentando impor seu projeto de forma autoritária, baseado na (contra)reforma da graduação, contratação de bolsistas e substitutos (ao invés de professores com dedicação integral), num novo sistema de Avaliação dos docentes, na defesa de ensino a distância, corte de investimentos e esvaziamento do debate democrático e amplo sob as formas de gestão da Universidade, para “forçar aprovação de medidas” não aprovadas e/ou discutidas pela comunidade acadêmica.
Três semanas atrás houve o Wokshop do Ensino de Graduação. Nele a Pró-Reitoria de Graduação apresentou suas propostas para a graduação que põem em risco o currículo e a formação do estudante. Essas propostas, revestidas de pseudomodernidade, na verdade tentam encobrir toda a precarização advinda da falta de financiamento público da universidade.
Para resolver essas questões, a Pró Reitoria de Graduação acena com a “personalização do currículo, creditação, flexibilidade pedagógica e o ensino a distância”, que mais parecem uma fuga frente a gravidade do problema.
Diante disso, convidamos a todas e todos que não puderem ir a São Paulo, para participar do Debate “A contrarreforma da graduação”, com os Coordenadores de Curso, que será realizado no dia 17 de maio de 2018 quinta-feira no Anfiteatro da Unesp, campus Marília, as 8:30h, como parte das nossas atividades locais de paralisação.“