Os três dias de protestos e paralisações de caminhoneiros em todo o país, incluindo diferentes pontos de rodovias na região de Marília, já começa a ameaçar o abastecimento de combustível em postos da cidade e também afeta entrega de produtos para o varejo.
Pelo menos dois postos ouvidos pelo Giro Marília, na zona norte e centro da cidade, apontaram problemas de abastecimento. “Eu tenho hoje mas não tenho a menor garantia de entrega”, disse um dos proprietários.
O protesto retém motoristas e cargas de produtos não perecíveis e que não envolvam atendimento de urgência, como medicamentos. O diretor regional do Sindicato dos Postos em Marilia, Gustavo César Henrique da Silva, disse ao Giro Marilia no final da tarde desta quarta-feira que acredita em postos já sem combustíveis e riscos para esta quinta.
“Está parado incluindo na região entre Bauru e Marília. E a maioria das bases de distribuição é de Bauru”, disse o dirigente sindical. Segundo ele, apesar da preocupação, as empresas concordam com as queixas do motoristas.
“O que estamos vivendo é um absurdo. Você pagar R$ 1 de ICMS, o custo de impostos nos preços, esses aumentos. Tudo isso faz a Petrobras ter lucro recorde e nós, a população, estamos pagando caro por isso”, afirmou o sindicalista.
Ele citou dados da própria Petrobras que apontam os fatores que influenciam custo da gasolina e diesel. Para gasolina, 32% do valor de um litro são pagos para a Petrobras, 16% para Cide, PIS e Cofins, 29% para ICMS, 11% para adição de etanol e 12% é a margem dos donos de postos e revendas.
No Diesel, 55% ficam com Petrobras, 28% com impostos, 07% com biodiesel e 9% com revenda e postos. Os dados podem ser acessados na página oficial da Petrobras.
O resultado da crise e do desabastecimento já provoca explosão de preços. Postos do Recife já cobram até R$ 8,99 no Recife pelo litro da Gasolina. Em Santa Catarina há postos vendendo a R$ 6,99.