A diretoria do Complexo HC, responsável pelo atendimento das três unidades do Hospital das clínicas e ambulatórios, divulgou neste sábado aviso de previsão de redução nos serviços e capacidade de atendimento por causa da crise de abastecimento e de combustíveis.
Segundo o comunicado, procedimentos eletivos, como internações, cirurgias e exames, poderão ser prejudicados para priorizar o atendimento de urgência e emergência das unidades
“Devido à paralisação dos ônibus no sábado e domingo, poderemos atender com número menor de colaboradores, pois muitos dos funcionários dependem destes serviços”, diz aviso.
A crise do fornecimento já provocou racionamento também nos atendimentos de ambulâncias, serviços de assistência e outros atendimentos municipais.
Caso a crise seja mantida, na próxima semana outros serviços essenciais podem ser reduzidos e comprometidos.
A circulação de ônibus deve ser interrompida neste sábado e retomada apenas na manhã da segunda-feira.
POSTOS ZERADOS
O Sindicato dos Postos de Combustíveis divulgou neste sábado que 99% dos postos na cidade estão com estoques zerados e sem perspectivas de normalização. Segundo o diretor regional da entidade em Marília, Gustavo Henrique da Silva, bases de distribuição em Bauru estão fechadas e sem estoques de gasolina.
“Mesmo que o protesto acabe hoje, a normalização dos estoques pode levar até três dias. Estão todos zerados. Mesmo os postos que têm caminhões não vão conseguir combustível de forma rápida e fácil. Até atender todos os postos, em todas as cidades com problemas, pode levar alguns dias”, explicou.
Ainda assim, o empresário defendeu o objetivo do protesto. “Em novembro do ano passado o governo federal dobrou a cobrança de PIS Cofins sobre gasolina e diesel. Não podemos pagar a conta das metas fiscais”, afirmou.
Gustavo Henrique disse ainda que o governo estadual precisa assumir sua parcela de responsabilidade e reduzir o peso do ICMS sobre os preços dos combustíveis. “Em cada litro de gasolina o ICMS custa R$ 1,01. Não adianta só baixar preço do diesel, só baixar Cofins. É preciso reduzir da gasolina também.”
O protesto dos caminhoneiros chegou ao sexto dia com pontos de paralisação em diferentes pontos do Estado e da cidade, especialmente junto ao Posto Gigantão, na rodovia SP-333.