Educação

Unesp de Marília entra em greve a partir desta quarta

Unesp de Marília entra em greve a partir desta quarta

Professores e funcionários da Unesp de Marília aprovaram em assembleias acompanhar orientação estadual e iniciam nesta quarta-feira uma greve por tempo indeterminado contra o que consideram um “desmonte” da universidade.

A paralisação vai servir como pressão para debate junto ao Conselho de Reitores. Às 10h desta quarta haverá uma reunião do conselho com o chamado Fórum das Seis, que envolve as categorias profissionais das três universidades estaduais.

“No dia 17 de maio o CRUESP ofereceu apenas 1,5% de reposição salarial. O último reajuste na Unesp foi em 2015. As perdas salariais atingem 15,99%, não há concursos para docentes e funcionários desde 2014 e os recursos para a permanência estudantil são insuficientes”, diz uma nota divulgada à comunidade..

Segundo a nota, Além de Marília a greve atinge o campus de Assis e Botucatu, no Oeste Paulista, além de São Vicente, Araraquara, São José do Rio Preto e da Unicamp, onde servidores já aprovaram greve mas falta adesão de docentes, que vão parar em Botucatu, Rio Claro e no Instituto de Artes (São Paulo). “Os docentes da USP entraram em greve. Outras unidades estão realizando assembleias nesta semana.”

Veja abaixo a íntegra da nota divulgada

À Comunidade acadêmica e mariliense

O sistema educacional no Brasil sofre uma grave crise de investimentos. A sociedade mais uma vez é chamada a se posicionar frente ao desmonte da universidade pública e dos serviços públicos.

Em assembleia realizada no dia 23 de maio nós docentes decidimos iniciar uma greve contra a destruição da UNESP.

Amanhã (30 de maio) às 10h haverá uma nova Reunião do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (CRUESP) com o Fórum das Seis. No dia 17 de maio o CRUESP ofereceu apenas 1,5% de reposição salarial. O último reajuste na UNESP foi em 2015. As perdas salariais atingem 15,99%, não há concursos para docentes e funcionários desde 2014 e os recursos para a permanência estudantil são insuficientes.

Os servidores técnico administrativos da UNESP também decidiram em assembleia entrar em Greve.

Até o presente momento, decretaram paralisação os servidores de São Vicente, Araraquara, São José do Rio Preto e da UNICAMP. Os professores de Botucatu, Rio Claro, Marília, Assis, e o Instituto de Artes (São Paulo) decretaram greve. Os docentes da USP entraram em greve. Outras unidades estão realizando assembleias nesta semana.

O que financia as Universidades Públicas de São Paulo é parte pequena do ICMS e a garantia e aumento da porcentagem de ICMS viabilizará a recomposição do quadro de servidores da UNESP e a continuidade das pesquisas e serviços que a universidade presta a população.  Nos últimos anos, houve expansão da UNESP sem contrapartida de recursos.

A necessidade de reposição de quadros de trabalhado é gritante, os servidores técnico-administrativos trabalham com menos de 50% do número necessário ao funcionamento da instituição e existe um déficit de quase 800 professores em toda a UNESP.

A Reitoria ao invés de reivindicar mais recursos para o financiamento público da UNESP com o Governo Estadual, se entrega às respostas imediatistas e aligeiradas, tentando impor seu projeto de forma autoritária, baseado na (contra)reforma da graduação, contratação de bolsistas e substitutos (ao invés de professores com dedicação integral),  num novo sistema de Avaliação dos docentes, na defesa de ensino a distância, corte de investimentos e esvaziamento do debate democrático e amplo sob as formas de gestão da Universidade, para “forçar aprovação de medidas” não aprovadas e/ou discutidas pela comunidade acadêmica.

Três semanas atrás houve o Wokshop do Ensino de Graduação. Nele a Pró-Reitoria de Graduação apresentou suas propostas para a graduação que põem em risco o currículo e a formação do estudante. Essas propostas, revestidas de pseudomodernidade, na verdade tentam encobrir toda a precarização advinda da falta de financiamento público da universidade.

Para resolver essas questões, a Pró Reitoria de Graduação acena com a “personalização do currículo, creditação, flexibilidade pedagógica e o ensino a distância”, que mais parecem uma fuga frente a gravidade do problema.

Na semana que vem serão realizadas atividades como Panfletagem, Aulas Públicas e Atividades culturais.“