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Vera Cruz marca rodeio em local proibido e festa pode mudar lei em 24h

Vera Cruz marca rodeio em local proibido e festa pode mudar lei em 24h

A Festa do Peão de Vera Cruz, programada para acontecer entre os dias 5 e 8 de julho, pode provocar um momento histórico na cidade: uma sessão extra com mudança de lei e votação a toque de caixa na Câmara da cidade para liberar o evento.

A situação movimentou moradores da cidade em redes sociais durante todo o dia. Apesar de uma lei de 2011 proibir eventos com montarias e competições de rodeio no Estádio Municipal, ninguém lembrou a regulamentação durante toda a organização.

A trapalhada no caso tem doses especiais de descontrole. A lei 2805, de 2011, que expressamente veda a realização dos rodeios no Estádio Municipal, foi promulgada pela prefeita Renata Zompero Devitto, que acabou reeleita, é a atual prefeita da cidade e ninguém da assessoria, nem a própria prefeita, lembrou da lei.

A mobilização chegou à Câmara e três vereadores pediram uma reunião de emergência na prefeitura para falar sobre o problema. O encontro durou quase uma hora. Depois disso haveria uma reunião entre os organizadores e representantes da administração.

A solução encontrada foi uma sugestão para enviar à Câmara um pedido de sessão extraordinária com votação de urgência para alterar a lei. A correria evolve convocar todos os vereadores, passar o projeto por pelo menos três comissões, debater, votar e promulgar a lei até quinta, quando a festa começa.

A programação prevê provas diárias de rodeios e shows nas quatro noites. O vereador Ari Bernardo Júnior, conhecido como Ari Gamela, foi um dos parlamentares na reunião de emergência e disse que ainda não recebeu comunicado oficial sobre a sessão extra.

Disse que pessoalmente se dispõe a analisar o caso e acompanhar os vereadores no trabalho em cima da hora, mas questionou a pressa para garantir uma festa. “Se pode fazer assim para o evento, porque não há a mesma urgência quando se trata de saúde, de escolas e outros problemas?”

Ari Gamela disse que defende a realização dos eventos, afirmou que as promoções oferecem opções de lazer, negócios, movimentam a cidade e atendem interesse da comunidade, mas que se havia uma comissão de organização não poderia ter deixado para a última hora situações como a checagem da lei.