Marília

Silêncio do governador estimula política de baixo nível sobre AME em Marília

Silêncio do governador estimula política de baixo nível sobre AME em Marília

Silêncio sepulcral do governo do Estado e interesses políticos misturados a cenas da mais pura picuinha e idiotice política alimentam desde a semana passada a polêmica da vez na vida de Marília: a instalação do AME (Ambulatório Médico de Especialidades).

O serviço, que já foi repetidas vezes pedido ao governo nos últimos anos, surgiu como nova promessa em uma visita do deputado estadual Abelardo Camarinha e seu filho, o ex-prefeito Vinícius Camarinha, ao prefeito Daniel Alonso com padrão de ultimato: só vem para ficar no prédio do Bloco X da Unimar, que pertence à prefeitura.

A reunião terminou com a ‘promessa’ de uma resposta oficial nesta terça, quando Daniel Alonso anunciou em coletiva de imprensa que oferece outras opções de prédio.

O prefeito fez sua dose de picuinha: o bloco da Unimar será usado para recuperar caixa do Ipremm – que acumulou calotes da prefeitura nesta gestão e na de Vinícius – ou para abrigar serviços de base para Parque Tecnológico.

Daniel foi pego de surpresa pelo pedido da reunião. E recebeu no gabinete o deputado que passou os últimos anos espalhando ofensas pessoais contra ele – “Boca Murcha” ou “cara lambida” para citar alguns dos mais baixos -. O agressor foi pedir conversa e saiu reclamando do resultado.

Daniel tentou evitar uma armadilha política, cercou o encontro de silêncio e ficou quieto até a repercussão da reunião virar novos ataques contra ele. Protegeu tanto e falhou. Caiu fácil na armadilha.

O tumulto poderia ser resolvido de forma oficial mais limpa e prática e se houvesse ao menos um ofício do governo do Estado, que não apareceu. Apesar dos vários dias de troca de ataques, nenhuma manifestação oficial do governador Márcio França ou de sua assessoria apareceu.

O bate-boca evoluiu nesta terça e com mais vazios.

Daniel Alonso divulgou vídeo em que defende a instalação em prédios do estado e confirma que não pretenderceder o Bloco X. Ou seja, se o Estado confirmar exigências técnicas do prédio a cidade ficaria sem o AME? Nem a ajuda ao Ipremm e nem o parque tecnológico poderiam ter outra forma de apoio? Bobagem.

Camarinha usou sua rádio, a 950, para novos ataques e para contradições ao final enlameia o o jogo político de baixo nível. Divulgou que há ofertas da Famema e de outras cidades para instalar o AME se o prefeito recusar.

Opa.

Se pode ficar em outra instituição e até outra cidade, também é óbvio que pode ficar em outro lugar de Marília que não seja o Bloco X da Unimar.

Assim, nos dois lados sobrou picuinha e faltou preocupação de verdade com o cidadão. Fala governador, um oficio seu resolve o caso. Mas há obstáculos políticos.

Daniel Alonso manteve articulação junto ao governo do Estado principalmente a partir do deputado Pedro Tobias, de Bauru, que como ele é do PSDB e adversário dos Camarinha. Daniel é tucano, recebeu o candidato tucano, João Dória, e tenta uma aproximação com França de carona, com uma pré-candidatura da filha, Daniele, ao lado de um deputado federal de Ourinhos – mais uma vez com base política fora da cidade para fazer sua articulação-.

O afastamento do ex-governador Geraldo Alckmin para participar da disputa eleitoral deixou Daniel órfão no governo. Vinícius Camarinha, sem cargo direto de assessor, circulou por mesas na região apresentado como representante de Márcio França. Agora, pré-candidato, nem cargo poderia ter e muito menos representar o governo.

O governo deve dizer o que precisa e em que prazo precisa. Há pedidos registrados do Ame pelo menos desde 2013, inclusive pelo próprio Vinícius que não foi atendido na época como, e também nos anos posteriores, em mensagens do vereador Wilson Damasceno e depois do próprio Daniel.

Com muitos pais, o AME não tem data para nascer, local para nascer e até agora é só motivo de uso político.

Mas o caso mostrou que Daniel pode se sentir sem compromisso de receber o deputado que o ofende e o deputado, que já foi prefeito três e pouco frequentou o ambiente mesmo quando o filho foi prefeito, não parece fazer falta naquele espaço.