Educação

Apenas 5% dos jovens brasileiros querem ser professores

Apenas 5% dos jovens brasileiros querem ser professores

O estudo Profissão Professor na América Latina – Por que a docência perdeu prestígio e como recuperá-lo?, divulgado hoje (27) pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostra que apenas 5% dos jovbens brasileiros pensam em ser professores  na educação básica.

A pesquisa coloca em números o que já é de conhecimento popular. A carreira como professor atrai cada vez menos interessados em dedicação exclusiva enquanto 21% dos jovens pensam, por exemplo, em ser engenheiros. Em países com maior valorização da carreira, como Coreia do Sul e Espanha, o índice chega a 25% e 20%, respectivamente.

Baixos salários, falta de estrutura e desinteresse estão entre as razões para o desinteresse para atuar na educação básica. “Mesmo nos últimos anos, após uma década de incrementos nos salários dos professores, eles continuam a ganhar consideravelmente menos do que outros profissionais”, enfatiza o texto.

O estudo do BID mostra que os educadores ganham cerca da metade da remuneração de profissionais com formação equivalente.

No Equador, a diferença é menor, mas os professores ainda recebem 77% da remuneração de outras áreas. No México, os vencimentos dos trabalhadores da educação é de 83% dos de outros ramos.

A estrutura também afasta. Levantamento do Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação em 2013 mostra que que 20% dos estabelecimentos de ensino não tinham banheiros adequados, 54% não tinham sala para os professores e 74% não contavam com laboratório de ciências.

O estudo aponta ainda que muitos jovens acabam seguindo a carreira docente “por eliminação, não por vocação”.

“Ser professor na América Latina não é uma carreira atraente para jovens talentosos do ponto de vista acadêmico”, analisa o estudo.