O eleitor de Marília descobriu no último domingo, graças a uma nota no jornal Folha de S.Paulo, que o prefeito Daniel Alonso está na ‘lista negra’ do candidato João Dória, seja lá o que isso signifique.
Não imagino quantos eleitores estejam minimamente preocupados com a uma lista do candidato, mas acredito que interesse a todos um programa de gestão, desenvolvimento, atendimento social que envolva a cidade independente de quem seja o prefeito.
A lista de Dória podem nem existir, mas a lista de factoides políticos e inutilidades em discursos é real e como em todas as eleições vai ser bastante recheada em todo o processo até dia 7 de outubro.
Contra tanto nada, ainda não inventaram uma medida melhor do que cada eleitor fazer a lista de cada idiotice ou informação que considere relevante demais a ponto de rejeitar candidatos.
E sem querer dar palpite na lista de qualquer um, tomo a liberdade apenas de relacionar algumas informações que podem ajudar você a pensar na sua relação.
1 – Não consta que Dória tenha confirmado ou negado a tal lista. E de qualquer jeito, o que exatamente significa uma ‘lista negra’ de João Dória? Se ele for eleito a cidade não recebe nada? Então não é Daniel que está na lista, é a prefeitura e a cidade e com elas seus moradores? É uma ameaça à população não ao prefeito.
2 – Daniel Alonso respondeu à informação sobre a lista negra com uma nota oficial em que diz se absolutamente fiel ao PSDB, seu partido e o partido de Dória. Uma informação tão útil quanto à revelação da lista.
Com ou sem fidelidade, o afastamento de Daniel em relação ao PSDB é consolidado na cidade – tanto que desde que surgiu a ideia da candidatura de Daniele Alonso ela foi recebida como quebra de compromissos com o partido –. Além disso, não é segredo que Daniele já pré-candidata apareceu em pelo menos três compromissos de gestão da administração.
Mas a direção estadual do PSDB assistiu calada a meses de conflito. Não houve uma manifestação no caso da filha, da disputa sobre radares, cargos ou das demissões por retaliação. O PSDB não queria correr o risco de conflito com um prefeito de cidade importante. Vai fazer lista negra agora para que mesmo?
3 – João Doria é mal informado ou não está nem aí para o vai-e-vem dos apoios quando a questão é aparecer, porque posou para foto marqueteira com Daniel e a filha já pré-candidata. Aliás, o partido que apoia Márcio França e lançou Daniele é presidido em Marília pelo chefe de gabinete do prefeito, Márcio Spósito.
4 – Fidelidade a ideias está totalmente fora do cardápio eleitoral e Daniel não pode ser o único cobrado. A prova são as uniões estaduais com reflexos locais. Tanto que a filha do prefeito vai estar no mesmo palanque com Vinícius Camarinha – só para citar um nome de adversários – políticos de todas as frentes aceitam por obrigação e interesses eleitorais a mesma condição.
5 – Enquanto a discussão eleitoral se perde na ideia de quem será o salvador da pátria – e nenhum será, pelo contrário – a avaliação dos candidatos a deputado é vazia, sem conteúdo de programas, de tendências políticas, sem avaliação de perfil mais ou menos liberal, sem análise de seriedade e honestidade, sem análise de compromissos com a cidade.
As promessas serão, como sempre, mirabolantes e no fundo há pouca indicação de candidatos a mandatos que não sejam a busca por emendas em troca de votos na Assembleia e Camara. Qualquer dos presidentes e governadores eleitos vai ter que articular votações com o Congresso e Assembleias. E se você vota em alguém ja disposto a negociar verbinhas e emendas ja sabe qual será o preço por isso.
Ou seja, a lista negra, a formação dos palanques, os discursos todos passam muito longe de discutir o que o eleitor precisa, quer e como vai chegar a isso. E a culpa dos problemas futuros será só do eleitor que votar sem preocupação com esses temas.