Arte & Lazer

Mariliense dirige show na Broadway e estuda projetos na cidade

Diretor de coreografia Marco Santiago com o mariliense Glauco Paulino de LIma – Arquivo pessoal
Diretor de coreografia Marco Santiago com o mariliense Glauco Paulino de LIma – Arquivo pessoal

O mariliense Glauco Paulino de Lima, que vive em Nova Iorque, nos Estados Unidos, vai comandar na Broadway, a mais famosa área de espetáculos no mundo, a direção musical em um show que na década de 70 teve nomes como Diana Ross e Michael Jackson.

Glauco, que iniciou sua formação artística no conservatório Carlos Gomes, de Marília, será o diretor musical do espetáculo The Wiz, baseado na história de O Mágico de Oz.

“Quando fui convidado para fazer a direção musical foi uma mistura de sentimentos, fiquei atônito e feliz ao mesmo tempo, justamente por não esperar tal convite. Apesar da noção de  responsabilidade ser imediata, eu sabia que teria condições de assumir tal posição por possuir uma certa experiência com produções ao vivo”, disse o músico ao Giro Marília.

O músico de Marília conta que ficou atônito por saber que uma produção de nível Broadway exige muito mais (em todos os sentidos) do que as produções das quais já participou.

Diretores do espetáculo discutem organização: Dana Talley, Sue Talley, e Glauco Paulino

“Exige diretores específicos para cada área: diretor de coreografia, de cena, de cenografia, de iluminação, diretor vocal, diretor musical, e diretor executivo ou geral. Mas também fiquei feliz pela oportunidade de mostrar o meu trabalho e ao mesmo tempo de acrescentar muito mais à minha experiência e conhecimento. É definitivamente uma honra poder fazer parte da direção de um projeto desse porte. “

É a segunda vez em que ele estará na Broadway. Em 2017 atuou como pianista em um show. Agora, além de tocar fará a direção musical. O espetáculo estreia dia 29. E sabe que a responsabilidade é grande pela recriação de um show de sucesso.

“O público assíduo da Broadway conhece muito bem este espetáculo que venceu sete Tony awards. A responsabilidade é realmente bem elevada. Mas é pertinente ressaltar que vamos colocar a nossa interpretação própria sem alterar o contexto original, obviamente. Estas interpretações próprias se aplicam tanto no libreto (textos), quanto na música, coreografia, e figurino. Um dos principais trabalhos dos diretores é exatamente dirigir estas interpretações, criando novas interpretações quando necessário, ou mantendo à risca uma fala, ou ação como no original.”

Na direção musical, Glauco deve garantir que o espetáculo esteja em conexão direta com os diretores de cena, e de coreografia para aplicar a música às interpretações específicas criadas por eles. “Estamos constantemente em reuniões pra ter certeza de que estamos sempre “falando a mesma língua.”

A produção é uma reapresentação do original com apresentações locais limitadas realizada pela Universidade Nyack em parceria com um teatro do distrito Broadway e vai ficar em cartaz por duas semanas.

Glauco Paulino e o diretor executivo da NYACK, David Turk

Glauco faz sucesso nos Estados Unidos sem perder vínculos com a cidade, onde participou em 2017 do projeto Música e Sociedade, que já teve duas edições.

“Estamos planejando a terceira edição para o ano de 2019. Sim, aqui em Nova York existem vários projetos similares mas geralmente com a participação somente dos músicos e artistas idealizadores do projeto. Uma das singularidades do Música e Sociedade é o fato de que fazemos cada edição com músicos e artistas locais diferentes com o objetivo dar destaque a todos os talentos locais e portanto gerar mais oportunidades para cada um deles. “

E o músico anuncia “inúmeros desafios para o futuro”, sempre com foco em melhorar o critério de apreciação artística e musical, e o pensamento crítico da nossa sociedade.

“Tais projetos tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento cultural e intelectual da sociedade em geral. Um deles é sem duvida o próprio Música e Sociedade. Existem inclusive alguns já em andamento sobre os quais estou em contato com o secretário da cultura, André Gomes, e que na hora certa vamos começar a divulgar.”