O Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou nesta sexta-feira portaria com a exoneração do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, o ex-prefeito de Marília Vinícius Camarinha, 39, nomeado em outubro para o cargo.
Eleito deputado estadual com 65.441 votos, Vinícius será empossado em 15 março. Até lá anuncia contatos na região, especialmente com hospitais e entidades.
Segundo Vinícius, o mandato será independente e sem negociação de cargos nas regionais ou secretarias. O deputado eleito não teve nenhum contato com o governador eleito, João Dória.
Vinícius também não vê problemas ou riscos para mandato nas ações judiciais a que responde, pelo menos cinco por causa de licitações durante a gestão como prefeito, além da acusação da Operação Miragem, que apura fraudes na posse, controle e gestão do complexo CMN (Central Marília Notícias).
Confira abaixo a avaliação de Vinícius para a gestão na secretaria, seus próximos passos e as previsões para mandato.
Vinícius Camarinha com dirigentes do Complexo Famema, autarquia vinculada à secretaria de Ciência e Tecnologia
Giro Marília – Como o sr avalia sua gestão na secretaria? Houve tempo de implantar alguma novidade? O que faltou fazer?
Vinícius Camarinha – Entendo que foi importante nossa chegada à secretaria. Conseguimos implantar alguns projetos do Via Rápida Emprego Rural que não existiam, voltados às pequenas cidades, ao agronegócio, qualificação em até 30 dias para mecânico em trator e técnico em gestão rural.
Conseguimos agilizar muito questões relacionadas à Famema, ajudamos a aprovar o estatuto que era uma reivindicação antiga, demos andamento ao concurso de 1700 novas vagas para hospital e Famema, fizemos encaminhamento do projeto de lei através do deputado Camarinha que ficou para sanção do próximo governo, porque não houve tempo hábil para isso.
Acho que foi importante sobretudo para a gente finalizar muita coisa em relação à faculdade de medicina de Marília
GM – Desde sua saída da prefeitura o sr se manteve em atuação no Estado acompanhando o governador e depois como secretário. Como serão os dois meses e 15 dias até sua posse?
Vinícius Camarinha – Até a posse vou me dedicar a conversar, fazer reuniões, dialogar com hospitais e entidades de Marília e região, o trabalho de parlamentar no preparativo para assumir a assembleia, tem muita coisa para fazer.
GM – O senhor já definiu a equipe de assessores que vão acompanha-lo na assembleia?
Vinícius Camarinha – Equipe muito pequena, gabinete restrito a assessoria, pessoas de confiança
Encontro com o governador Mário França: proximidade na campanha afasta do eleito João Doria
GM – O sr foi eleito em projeto adversário do governador eleito João Doria. Suas manifestações em campanha chegaram a provocar representações do governador eleito à Justiça eleitoral. Será oposição a Doria na Assembleia?
Vinícius Camarinha – Vamos atuar de forma independente conforme nossas convicções e conforme os interesses da população. Bons projetos vamos aprovar, projetos que são ruins vamos rejeitar. Vou procurar colaborar de certa maneira com a experiência que adquiri durante essa trajetória para propor soluções para problemas que nos entendemos que são prioritários no governo do Estado.
GM – O sr Já teve contato com o governador eleito? Já existe alguma pressão pelas nomeações de regionais?
Vinícius Camarinha – Não tive contato com o governador eleito, não me preocupam nomeações em governo, secretaria, regionais, não farei composição desse tipo, não quero fazer política do toma-la-dá-cá.
GM – Uma imagem publica muito alimentada pelos eleitores e por eleitos prega que deputados devem trazer investimentos. é possível sem identificação ou afinidade com o governador?
Vinícius Camarinha – É possível. Hoje você tem na Assembleia os recursos vinculados às emendas aprovadas por deputados e nós vamos fazer dessa forma. Vou atuar muito no apoio a hospitais e nossas entidades que são os setores que eu entendo prioritários no atendimento à nossa população.
Viatura da Polícia Federal durante ações da Operação Miragem em Marília
GM – O senhor é acusado em algumas ações de improbidade, além do processo e investigações relacionados à chamada Operação Miragem. Acha que estes casos podem criar algum problema ou impedimento ao seu mandato?
Vinícius Camarinha – Não tenho nenhuma ação de improbidade por corrupção, desvio de recursos públicos ou coisas deste tipo. Os inquéritos que existem são relação a brigas políticas que não têm nenhuma importância do ponto de vista jurídico.