Sustentável

Após ampliação, Estação Cultural vira modelo para revitalizar novas áreas

Após ampliação, Estação Cultural vira modelo para revitalizar novas áreas

O clima ajudou, o público apareceu e a Estação Cultural, ocupação urbana que envolve ativistas de diferentes áreas em Marília, ganhou biblioteca, horta, jardim e praça neste final de semana. A repercussão foi além do espaço e os organizadores já anunciam projetos para revitalizar novas áreas na cidade.

A inauguração das novas estruturas seguiu a linha de criação do espaço. Ambientalistas, profissionais de diferentes setores, artistas, voluntários e apoiadores do projeto foram ajudar na montagem das novas estruturas.

O ativista Ademar Aparecido de Jesus, o Dema, que há quase um ano lançou o projeto para resgatar ocupação da estação ferroviária, disse que já identificou uma área na zona norte para ocupar prédios abandonados em espaços públicos e oferecer serviços à comunidade.

“A cidade ainda tem muitos espaços abandonados que podem ser aproveitados como áreas permanentes para uma criança, um jovem ler um livro, ouvir música, ser um ponto de encontro saudável”, explicou.

Dema lembra que o mais importante ‘e necessário’ foi o envolvimento de tantos setores diferentes. “A gente tem visto é a população com posições críticas mas que não se mobilizam. É uma alegria muito grande ver que a iniciativa foi abraçada por várias frentes, empresários, pessoas comuns, coletivos, artesãos. Vejo com muita alegria.”

ONG Origem participa no encontro com suporte a plantio e oficina de compostagem – Rogério Martinez

O ambientalista Sérgio Urbaneja, da Associação Ambientalista de Marília, promoveu um curso rápido sobre compostagem de lixo orgânico, que permite produzir adubo com destinação sustentável do lixo.

Canteiros para uma horta de legumes e verduras foi montado e recebeu muda com apoio de voluntários.

Juan Miguel Rodrigues, estudante de Marília que é revelação do xadrez, acompanhou inaugurações e já usou biblioteca – Rogério Martinez

A biblioteca do espaço foi inaugurada com direito a sessão de autógrafos do escritor Tadeu Martins, policial civil aposentado que há muitos anos produz arte com música, teatro e literatura na cidade. Ele lançou a segunda edição de seu livro “Realidade ou Quimera”, uma coletânea de microcontos.

A praça ganhou bancos que estavam abandonados em áreas públicas, foram recuperados e estão à disposição da comunidade. É possível retirar livros na biblioteca para ler no espaço, que está sendo coberto com folhas de palmas.

Uma cozinha formada em uma sala abandonada já serviu uma ceia de final de ano a moradores em situação de rua e deve ganhar ainda mais atividade para alimentação popular. Um banheiro para estes moradores também está em fase final.

“Eles participam, ajudam a pintar, limpar carpir. Já não há mais tantos episódios de uso de drogas, de abandono, eles entenderam que o espaço é para o bem deles também.”

Mães com crianças, que também ocuparam a ferrovia e até ajudaram na reciclagem de material deixado nos trilhos, empresários e ativistas, movimento de rap e hip hop, educadores e moradores em geral acompanharam algumas das atividades, que duraram quase três horas. A Estação segue aberta a acesso público ao lado do camelódromo.

Confira na galeria de fotos como foi a apresentação da Estação.