A equipe técnica responsável pelos cuidados animais no bosque de Marília aguarda autorização dos órgãos responsáveis para instalar esquema de captura da onça que atacou uma avestruz no espaço e prorrogou a decisão de fechamento até novas medidas.
O ataque aconteceu na madrugada do sábado e desde então não foram localizados novos sinais da onça no bosque. Ainda assim, as medidas de proteção serão mantidas.
“Não há riscos de ataques, mas é uma medida de segurança porque a onça está acuada, com certeza está ferida e aí ela reage para se proteger mesmo”, explica a veterinária Melissa Campitelli Ferreira.
A veterinária lembrou que há outros relatos de aparição anteriores de onça na região e não houve nenhuma notícia de ataque.
Ela disse que a cidade tem equipamentos para a captura, como armadilhas de resgate sustentável, mas que a apreensão do animal depende de autorização de órgãos competentes.
Segundo a veterinária, caso a onça seja resgatada será levada para região de mata mais distante da cidade para a reintegração e para tentar evitar novos contatos em área urbana.
A reunião de técnicos da prefeitura com equipes da Polícia Militar Ambiental não aconteceu até às 16h desta quarta. O encontro deve ser realizado na manhã desta terça.
Pela manhã a veterinária fez acompanhamento da avestruz ataca e disse que o animal mostra recuperação apesar da gravidade dos ferimentos.
Melissa Ferreira explicou que há várias indicações de que foi uma onça, desde o acesso ao espaço da avestruz, que exige escalar uma cerca alta, e que há diversas pegadas que permitem a indicação do animal.
A veterinária disse ainda que o bosque oferece abrigo para muitos animais sem condições de reintegração na vida silvestre e recebe espécies quando não é possível levar a outras áreas prioritárias para reintegração, como o parque florestal de Assis ou em Botucatu.
O espaço tem hoje dezenas de maritacas ou papagaios que não têm condições de sobreviver na natureza, jabutis que não foram reintegrados em outras áreas e que recebem acompanhamento e alimentação adequadas na cidade.
“Tenho 85 jabutis. Todos eles ninguém quis receber. E se eles forem soltos na natureza vão morrer. Marília não é a primeira opção na recepção, quando não acham vagas eles vêm para cá. São muitos vítimas de agressão ou maus tratos.”