A Artesp veio e ouviu de autoridades e moradores de Marília e região que a concessão da rodovia SP-294 precisa ser feita com menos pedágios, mais bicicletas e antecipação e ampliação das obras previstas no projeto.
Estas foram algumas das sugestões apresentadas nesta quarta-feira durante a última audiência pública para discutir o processo de concessão de 1,2 mil quilômetros de rodovias, incluindo a SP-294 entre Panorama e Bauru.
Prefeitos da região e vereadores defenderam redução do número de praças de pedágio além de estudos e definições mais claras sobre descontos para moradores dos trechos mais curtos, que já circulam entre cidades.
A Câmara de Marília entregou ao diretor Geral da Artesp, Giovanni Pengue Filho, a Carta de Marília, com resultado de um grande encontro de lideranças realizado dia 21 e que ´pede mudanças na previsão de praças de pedágio no setor.
Movimentos estaduais de ciclistas entregaram como contribuição uma carta com pedidos para que os estudos envolvam mais planejamento sobre espaços para ciclovias e que os representantes dos movimentos sejam incluídos nas discussões e definições técnicas de mobilidade.
Giovanni Pengue anunciou durante o evento que já recebeu e analisa ainda propostas de alteração no pacote de obras, como a inclusão das marginais na região do distrito de Padre Nóbrega, que contemplaria também bairros como Montana e Maracá, além de novo projeto para contorno de Pompéia e Paulópolis.
E não acaba aqui. O acompanhamento de tudo o que foi discutido e sugerido vai ser acompanhado pelos participantes e também pelo Ministério Público nas esferas estadual e federal.
O promotor de Justiça Rodrigo Garcia, que já instaurou um inquérito civil sobre a concessão, acompanhou a audiência e disse que o MP estadual aguarda a definição do novo edital e eventuais mudanças para definir os próximos passos da investigação.
A audiência reuniu perto de 150 pessoas – 135 assinaram as listas de presença – com público de Marília e diversas cidades da região, até Prudente. Veja abaixo algumas das manifestações apresentadas:
Rodrigo Garcia, Promotor de Justiça do Estado – “O objetivo era esse, que os pontos fossem postos de maneira transparente, para que este projeto contemple realmente todas as demandas da sociedade civil, ache o equilíbrio entre os ganhos da concessionária e as vantagens para os usuários”, disse.
Diego Fajardo, Procurador da República em Marília – “Nosso papel aqui é ser fiscal e garantir ambiente democrático, de participação, que a sociedade possa ouvir e possa se fazer ouvir também.”
Vinícius Camarinha, deputado estadual – “Temos a oportunidade um pouco melhor de um diálogo aberto. Reconhecemos o trabalho da Artesp, está cumprindo seu papel, mas entendemos que não há espaço dentro da nossa realidade para novos pedágios”, disse o deputado.
João Carlos Santos, prefeito de Garça – “É importante fazer o consenso, as audiências servem para isso, aquilo que a região precisa, mas que tem um custo. Precisamos entender qual a conveniência da região. Um olhar para o interesse da população, que não admite mais custos altos, mais tarifas.”
Marcos Santana Rezende, presidente da Câmara de Marília – “Estamos aqui ilhados por esta situação de pedágios e vacinados em função da concessão da SP-333, porque fomos excluídos do debate e ficamos com uma situação muito séria. Estamos com problemas que agora ninguém quer nos ouvir. Nos posicionamos pela suspensão deste processo até que tenhamos um debate maior.”
Haroldo Bernardes, presidente da Câmara de Vera Cruz – “Idêntica à feita em Bauru. A Artesp apresenta o plano dela e cabe a nós apresentar nossa visão. Continuo achando que o Governo já investiu no trecho Marília/Bauru e agora que resta apenas a manutenção não vejo necessidade de terceirizar, o investimento maior foi feito.”
Veja mais fotos do evento