Marília

Desastre anunciado – Moradores temiam rachaduras em casas desabadas

Desastre anunciado – Moradores temiam rachaduras em casas desabadas

A fiscalização falhou, a segurança falhou e o medo salvou. Famílias que vivem nas casas desabadas na madrugada da quinta-feira em Marília já relatavam problemas com rachaduras há vários dias. Uma delas iniciou desocupação dois dias antes.

As casas ficam entre duas ruas em área de longo declive próximo à rodovia do Contorno, no bairro Vila Jardim. Duas ficam acima de um terreno onde havia obras e a outra fica ao lado.

O desabamento do muro de arrumo atingiu cômodos das casas acima e deixou um grande vazio que torna o espaço ameaçado por novas quedas. A casa ao lado perdeu um cômodo.

Na casa vizinha, viviam uma senhora com a nora e duas crianças. A mulher deixou o imóvel há dois dias para morar com a filha. A nora e a criança estavam com saída pronta, dormiam na sala naquele dia e saíram com o estrondo, sem ferimentos.

Duas casas acima que perderam parte de seus cômodos, já apresentavam rachaduras. São alugadas e o proprietário esteve no local há aproximadamente uma semana para ver o problema de rachaduras.

Um advogado esteve lá para falar com moradores, mas nenhum deles soube dizer se foi tomada alguma medida.

“A gente ouviu uns estralos. Só foi o tempo de ela tirar as crianças, estavam dormindo na frente da casa. Foi o tempo de tirar as crianças e começou a desmoronar. A casa é da sogra, eles ficavam no fundo”, disse Ivana, uma vizinha que acompanhou a correria na madrugada.

O desabamento aconteceu por volta de 1h, segundo Dominique, servidora municipal que vive em uma das casas atingidas. Além da Defesa Civil, equipe da Assistência Social passou pelo local e conversou com moradores. A casa vizinha foi interditada totalmente. As outras parcialmente.

A prefeitura investiga hipótese de que movimentação de terra no terreno em obras na rua dos Cravos provocou queda do muro de arrimo e com isso provocou o acidente. Os moradores ainda não receberam nenhuma indicação de reformas ou recuperação dos imóveis.

MEDO

O caso provocou medo em que não vive situação tão complicada. Uma dona de casa da rua está preocupada com uma árvore do vizinho, um grande pinheiro que está quase apoiado sobre o muro.

“Durmo eu e meu filho de seis anos no quarto bem do lado. Tenho medo desse pinheiro cair, não vem ninguém aqui ver”, disse.