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Ouvidoria faz alerta sobre alta em suicídios de polícias em SP

Ouvidoria faz alerta sobre alta em suicídios de polícias em SP

Um relatório produzido pela Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo mostra que o número de suicídios entre policiais militares mais que dobrou em dois anos.

O número de casos passou de 16 em 2017 para 35 no ano passado, média de uma morte em cada período de dez dias. Os dados integram um levantamento sobre as diferentes causas de mortes de policiais civis e militares no Estado.

“Estes dados reforçam a necessidade e a urgência do Estado colocar em prática a recomendação da Ouvidoria da Polícia, feita em 2018, de criar “Grupo de Acompanhamento da Saúde Mental” dos policiais de São Paulo”, diz o relatório.

O grupo seria formado por profissionais de fora das instituições policiais, para elaborar um amplo diagnóstico das principais motivações dos suicídios policiais nos últimos dois anos e, a partir desse diagnóstico, construir um amplo programa de prevenção ao suicídio.

O número de policiais militares que cometeram suicídio é o maior já registrado no Estado de São Paulo. Os casos registrados indicam um em serviço, 19 na folga e 15 na inatividade.

“Este dado é prova inequívoca de que o suicídio de policiais militares é uma questão grave que merece atenção especial por parte do Comando da Instituição e da Secretaria de Segurança Pública.”

O número de PMs que cometeram suicídio foi praticamente o mesmo de policiais mortos em folga (38) e mais de dez vezes maior que o número de policiais mortos em trabalho (três).

Na Polícia Civil os números foram os mesmos nos dois anos: dez mortes por suicídio.

Ainda assim, o número preocupa. Os casos de suicídios continuam sendo o principal fator de morte de policiais civis do Estado de São Paulo, aponta o documento.

“Em 2018, nenhum policial civil foi morto em serviço por homicídio em ocorrência policial. Foram registradas 7 mortes de policiais civis, sendo 6 homicídios de policiais em folga e 1 morte por acidente de trânsito.