A campanha salarial para funcionários do Complexo Famema começou com uma nova tradição anual: reajuste zero até algum sinal do governo do Estado para definição de índice para os salários.
Duas reuniões entre representantes dos trabalhadores e da direção da Fumes e Famar, que concentram a maior parte dos trabalhadores, emperraram no impasse sobre orçamento.
Tanto a área de educação, vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, quanto a saúde do complexo, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, dependem de previsões no orçamento do estado e reajustes autorizados pelo governo.
Sem as autorizações, a Famema apenas discute cláusulas sociais. Nos anos anteriores a campanha resultou em propostas d egreve e mobilização que não avançaram muito.
A negociação acontece de forma unificada entre o Sindicato dos Trabalhadores na Saúde e a Associação dos Funcionários da Famema. Os trabalhadores pedem 15% de reajuste para recompor perdas acumuladas, mas não há sequer indicação de índices a serem aplicados.
Com aproximadamente 2.500 trabalhadores, o Complexo Famema tem apenas 600 vinculados ao governo do Estado. Em 2018, esses 600 receberam reajuste de 3,5%, que provocou uma forte reação no complexo e uma decisão inédita de equiparar o índice para todos os trabalhadores.
Apesar de boa margem de representatividade, a associação dos funcionários não representa juridicamente os trabalhadores na negociação e as assembleias e eventuais outras medidas legais contra o impasse dependem do sindicato.