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Lava Jato mira grupo Petrópolis de cerveja; dono deve ser preso

Lava Jato mira grupo Petrópolis de cerveja; dono deve ser preso

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira nova fase da Operação Lava Jato e mira o Grupo Petrópolis por pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais.

O presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria, é um dos alvos da operação. Há informações de que ele já estaria preso, mas a PF não confirmou oficialmente. Faria não foi encontrado em sua casa, no interior paulista.

De acordo com a PF, o grupo também teria auxiliado a empreiteira Odebrecht a pagar valores ilícitos, por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior.

A operação denominada Rock City é realizada em cooperação com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. O grupo é proprietário das marcas Itaipava e Crystal, com forte atuação no setor cervejeiro.

A 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná, responsável pela força-tarefa, expediu um mandado de prisão preventiva, cinco mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão.

Eles estão sendo cumpridos em 15 municípios nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também foi determinado o bloqueio de ativos financeiros dos investigados.

Um dos executivos da Odebrecht, em colaboração premiada, afirmou que utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014.

As doações resultaram em dívida não contabilizada pela empreiteira com o grupo investigado, no valor de R$ 120 milhões. Em contrapartida, a Odebrecht investia em negócios do grupo.

A suspeita da força-tarefa da Lava Jato é que offshores relacionadas à empreiteira realizavam – no exterior – transferências de valores para offshores do Grupo Petrópolis, o qual disponibilizava dinheiro em espécie no Brasil para realização de doações eleitorais.

Também foi apurado que um dos executivos do Petrópolis utilizou o programa de repatriação de recursos do exterior de 2017 para trazer R$ 1,3 bilhão ao Brasil.

Contudo, de acordo com a PF, há indícios de que essa movimentação tenha sido irregular e que os recursos seriam provenientes da prática de “caixa dois” na empresa.

Para a PF, o esquema desenvolvido com o Grupo Petrópolis é uma das engrenagens do aparato montado pela Odebrecht para movimentar valores ilícitos.

O nome da operação traduzido para o português é “Cidade de Pedra”, significado que remete ao nome do grupo investigado.