Seis procuradores que atuavam na Força Tarefa da Operação Lava Jato pediram demissão da equipe em um racha com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
O motivo seria um pedido de arquivamento de parte da delação premiada do empreiteiro Leo Pinheiro, ex-dirigente da empreiteira OAS, em que ele acusava o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e políticos de Marília de corrupção.
Segundo a delação, os ex-prefeitos Mário Bulgareli, Ticiano Dias Toffoli e Vinícius Camarinha teriam recebido recursos ilegais da empreiteira.
A delação e a manifestação da PGR sobre o caso tramitam em sigilo judicial e não foram divulgados detalhes.
Léo Pinheiro diz ter pago pela renúncia de Bulgareli para que Toffoli assumisse a prefeitura em 2012 e teria feito ainda pagamentos de Caixa 2 para a campanha de Toffoli à reeleição.
O ex-prefeito é irmão do presidente do STF, José Antonio Dias Toffoli e nega qualquer irregularidade na campanha. Essa ligação deu repercussão nacional à acusação contra os políticos da cidade. O ex-prefeito não foi encontrado para falar sobre o caso. Seus advogados informaram que não conhecem o conteúdo da delação e nem do despacho da procuradora geral e que qualquer comentário dsepende da revelação dos documentos.
O ex-prefeito Vinícius Camarinha foi acusado pelo empreiteiro de cobrar propina na assinatura do contrato para as obras de implantação de estações de tratamento de esgoto em 2013. Ele também nega a acusação.
A saída dos procuradores obriga uma remodelação da equipe de investigações criminais da Lava Jato.