Olá governador João Dória. O maior centro de atendimento médico gratuito para 1,2 milhão de pessoas em 62 cidades está em um redemoinho de crises e a solução está parada em alguma de suas gavetas. Foi deixada aí desde o governo José Serra. Não é culpa sua mas a obrigação de resolver é, o Complexo Famema tem pressa.
Esqueça as brigas internas, esqueça que o complexo envolve duas diretorias de duas autarquias que não falam a mesma língua.
Esqueça que o transtorno envolve duas fundações – uma pública falida e uma privada limitada – sem autonomia de decisão sobre recursos, salários, investimentos.
Lembre de 1,2 milhão de pessoas, de estudantes de duas das mais concorridas faculdades de medicina e enfermagem no país, de 2.500 trabalhadores, de 50 anos de história em superar crises para oferecer atendimento e formar profissionais que dão orgulho ao serviço de saúde. O senhor deve ter acesso ao Dr José Ênio Servilha Duarte, uma referência em saúde pública. Pergunte a ele como o complexo é importante.
A decisão é sua e começa por organizar o modelo de gestão. É muita diretoria em muitas instituições de gestão para um complexo que precisa de mais harmonia e projetos de longo prazo.
A encampação por uma universidade que passe a responder por tudo é um bom começo.
Sabe, aquele complexo do qual o senhor fala tanto em Bauru está todo vinculado à USP, em Botucatu o complexo vinculado à Unesp também faz bonito na medida do que as condições financeiras permitem.
Aqui estamos falando de corte de leitos, de riscos para salários. É crise primária demais para quem atende tantas prefeituras. Aliás, estude um jeito de as 62 prefeituras ajudarem a pagar essa conta.
É uma situação tão bizarra que a direção de uma autarquia estadual está cobrando uma secretaria estadual pela solução de problemas com alternativa que corta salários em outra autarquia estadual. É tudo dentro do seu governo, concorda?
Concursos para suprir a falta de funcionários, levantamento de um cronograma de investimentos em obras, aquisição de prédios próprios, fim de gastos com aluguéis, são outras boas ideias.
Venha conferir ou nem venha, sua visita acaba virando festa política e pouca solução administrativa. Mas resolva governador. Faça história em uma instituição que cansou de contadores de histórias.