Marília nfoi incluída em uma pesquisa inédita que vai agtingir três cidades do pais com objetivo de controlar proliferação do mosquito Aedes aegypti e prevenir a propagação do zika vírus. Os resultados do estudo podem ajudar a melhorar o protocolo do Ministério da Saúde.
Além de Marília, a pesquisa é realizada em Araçatuba e Natal (RN). No futuro poderão ser beneficiadas, principalmente, mulheres grávidas, com consequente prevenção de casos de microcefalia.
Os técnicos do Ministério da Saúde querem saber se o uso do já conhecido Fludora Fusion por BRI – Borrifação Residual Intradomiciliar – pode ser incorporado nos municípios do país como uma das técnicas de controle do mosquito.
O produto não possui cheiro e tem eficácia comprovada (contra diversas pragas urbanas), porém a principal desvantagem da técnica é que necessita ser borrifado próximo às superfícies onde o mosquito tende a pousar.
Rafael Colombo, supervisor de Saúde da Divisão de Zoonoses de Marília, explica que o uso geral como recurso de combate ao Aedes é inviável, por vários motivos.
“A aplicação é lenta, bem mais lenta que a nebulização que adotamos hoje nos bloqueios quando há caso positivo ou suspeito. A indicação da BRI é para o interior das casas, incluindo as áreas cobertas. Depois da aplicação, a superfície seca e o pó contido na mistura fica impregnado, matando o mosquito que pousar”, explica Colombo.
AMOSTRA
Para o estudo, foram selecionados cerca de 20 quarteirões, um total de 900 imóveis no território da UBS São Judas, na zona norte da cidade. A supervisora de saúde Adriana Dadalto, acompanhada do desinsetizador da Sucen Sidnei Brichi Junior, iniciaram ontem as visitas para coleta de assinaturas dos moradores.
“Esse trabalho será feito por pessoas devidamente credenciadas, nos imóveis com a autorização prévia e acompanhamento do morador. Não é preciso arrastar móveis. A aplicação é feita nas paredes e superfícies onde o mosquito tende a pousar. A adesão está sendo muito boa, logo nas primeiras quadras visitadas”, explicou Adriana.
A dona de casa Zélia Aparecida do Amaral, moradora na rua 25 de janeiro, é filha de um ex-servidor da Sucen e prontamente assinou o termo para participar do estudo. Ela valoriza a pesquisa, mas destacou a importância do controle manual dos criadouros.
“Nada substituiu o nosso cuidado, para evitar os criadouros, mas esse tipo de trabalho é muito importante. A gente precisa colaborar. Quanto melhor forem os métodos de combate, melhor para todo mundo”, disse.
O massoterapeuta Gerson Ogawa também aderiu. “É a nossa saúde que está em jogo. Temos que cuidar do quintal e também seguir as recomendações da Prefeitura e da Sucen. É muito importante”, afirmou o morador.
A previsão é que o estudo dure por um ano, podendo ser prorrogado. Caso a técnica se mostre amplamente eficaz, para redução dos alados (mosquitos adultos), poderá ser adotada em todo o país, principalmente em cidades com risco ou em surto de zika vírus, visando a proteção de gestantes