O Silêncio dos homens.

Tenho a sorte de ter como contatos e amigos pessoas que sempre me passam dicas valiosas sobre livros, leituras, filmes, séries, entre outras coisas interessantes que surgem nesse mundo de meu Deus.

Pois bem, chegou a mim a indicação de um documentário, O Silêncio dos homens, o filme foi desenvolvido pelo portal Papo de Homem que possui um portal para falar sobre masculinidade e fez uma pesquisa com mais de 20 mil pessoas para a produção.

O documentário pode ser assistido via Youtube no canal Papo de Homem.

O silêncio que é tratado no documentário não é aquele que a gente quer ouvir quando é dito algum comentário ou piada machista, quando o cara nos assedia com palavras ou ofende alguma mulher. Não é o silêncio que vale à pena, sim, porque alguns silêncios valem.

O documentário é sobre essa masculinidade tóxica e destrutiva que nos impossibilita de viver relações reais e igualitárias.

É essa masculinidade que faz com que os homens não consigam manifestar suas dores, dúvidas, angústias, tornando-os mascarados em todas as relações que se envolvem.

Que impossibilita o contato real de um homem com uma mulher, com outros homens, com outras pessoas porque ele tem que se forjar numa mentira ou num estereótipo para agradar ou para não acabar com sua reputação de macho.

Vocês aí sabiam que assim como existem várias feminilidades, há várias formas de ser homem?

E que para ser homem você não precisa usar nenhuma capa ou máscara? Você pode ser delicado, chorar, ser vaidoso, isso não atesta o quão homem você é ou deixa de ser?

Nós e nossa péssima mania de fazer à Damares.

Sabe quando a mesma disse que meninas vestem rosa e meninos azul e todos ficamos espantados com tamanha bobagem já que cor de roupa não pressupõe masculinidade ou feminilidade?

Pois é, reproduzimos esse discurso constantemente quando esperamos dos meninos comportamentos que segundo o nosso pífio conhecimento é másculo ou não.

Não costumo sentir dó de homens, nesse filme eu senti. Senti porque deve ser horrível querer chorar aquele fora que levou e desabafar com um amigo, mas, poxa, péra, o que é que ele vai pensar de mim?

Deve ser horrível ter aquela dúvida sobre sexo ou insegurança porque tem algum problema de saúde, mas não pode dizer que tem porque os amigos vão duvidar do quanto homem ele é.

Ah, deve ser horroroso ficar engolindo choro, angústia, tristeza, ter que provar o tempo todo algo.

É disso que se trata esse documentário, a discussão sobre uma nova possibilidade de ser homem e novas formas de vivenciar essa masculinidade.

Que não seja tóxica, doentia e abusiva, nem para nós, mulheres, nem para eles.

Acredito que nós estamos anos-luz no desenvolvimento de nossas potencialidades em detrimento dos homens. No entanto, penso também, que os primeiros passos estão sendo dados para novas possibilidades de viver essa nova masculinidade, mais saudável e humanamente possível.

Esse é o desejo dessa pessoa aqui, que meu sobrinho, não precise viver uma masculinidade doentia, possa chorar no abraço de um amigo, possa dizer ao seu pai sem limites que o ama, possa desabafar com alguém sobre suas inseguranças sexuais e sentimentais e que, sobretudo, ame as mulheres.

Assistam, recomendem e montem grupos para discussão e quebra dessa masculinidade padrão e tóxica.

As piadas machistas, as palavras ofensivas nós queremos silenciar, homens empatas e cheios de vontade de viverem relações mais saudáveis, nós damos licença e lugar para falar, seja bem vindo.