O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou a prisão em Curitiba após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (8). Lula saiu da Superintendência da Polícia Federal (PF) por volta das 17h40. Ele cumprimentou populares e aliados e fez um pronunciamento em que falou sobre política, criticou o governo Bolsonaro e agradeceu repetidas vezes aos manifestantes que o esperavam: “obrigado pelo grito Lula Livre”.
“Saio com o maior sentimento de agradecimento que um ser humano pode ter por outro. É o que eu tenho por vocês”, afirmou. Lula disse que amanhã participa de um encontro em São Bernardo do Campo e deve iniciar contatos em todo o país.
Citou dados do IBGE sobre aumento da pobreza, disse que no período em que esteve preso “o Brasil não melhorou, o Brasil piorou”.
Os advogados tiveram uma reunião com Lula pela manhã. Logo depois apresentaram o pedido com base na decisão do STF que derrubou a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância (veja mais aqui).
O ex-presidente demorou a conseguir passar pelo portão porque deixou a carceram da PF a pé. Foi cumprimentado por populares e lideranças do PT como o ex-senador Lindbergh Farias, o deputado federal Wadih Damous e a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR).
Lula foi condenado por acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no processo conhecido como caso do Triplex do Guarujá. Ficou preso um ano e sete meses. Ele nega qualquer crime.
O ex-presidente só deve voltar a cumprir a pena – estabelecida em oito anos, dez meses e 20 dias – após o trânsito em julgado de todos os recursos.
“A decisão da Suprema Corte confirma aquilo que nós sempre dissemos, que não havia a possibilidade de execução antecipada da pena”, disse Cristiano Zanin, advogado de Lula, logo após pedir o alvará de soltura.
Durante a prisão, Lula deixou a sede da PF em duas ocasiões: para ir ao interrogatório no caso do sítio de Atibaia, em novembro de 2018, e ao velório do neto Arthur Lula da Silva, de 7 anos, em São Bernardo do Campo (SP), em março deste ano.
Lula não teve a mesma autorização da Justiça para ir ao funeral do irmão Genival Inácio da Silva, de 79 anos, conhecido como Vavá, dois meses antes.