A Universidade de Marília (Unimar) recebeu o 1º Seminário de Cannabis Medicinal do centro oeste paulista, que reuniu profissionais da área da saúde para debater sobre a utilização terapêutica da planta para o tratamento de diversificadas doenças. O evento foi realizado pela Associação Anjos Guerreiros e a Defensoria Pública.
De acordo com a Presidente da Associação Anjos Guerreiro, Regiane Ferreira, o Seminário foi pensado para levar informação. “Mais de 200 famílias são atendidas pela Associação e transmitir conhecimento e apoio à estas pessoas, em relação a saúde, lazer, remédios, benefícios e direitos. Neste dia, o objetivo foi fomentar o acesso a este produto, dar visibilidade ao tratamento e discutir o tema, que ainda é um tabu, mas que traz qualidade de vida”, conta.
A Cannabis Medicinal é a extração de uma substância da planta que funciona como regulador do organismo, atuando na homeostase, que estabiliza organicamente para a realização das funções adequadamente. O tratamento tem sido utilizado em uma série de doenças, como Parkinson, Alzheimer, epilepsia, autismo, esquizofrenia, convulsões, fibromialgia, neuropatia, esclerose múltipla, Doença de Crohn, artrite, câncer, anorexia, endometriose, depressão, estresse, enxaqueca, Aids, Síndrome de Dravet e dor crônica.
Segundo uma das organizadoras do evento, Nayara Mazini, mãe da Letícia, o dia representou a vitória de mais uma etapa na luta das mães que integram a Associação. “Eu sou uma das mães que tem o salvo conduto do plantio da cannabis, para fazer o óleo medicinal para minha filha. Este evento é a realização de um sonho, o qual idealizamos para trazer as pessoas o conhecimento de um benefício, porque passamos por muito sofrimento até encontrar uma resposta que fosse suficiente para apoiar a vida dos nossos filhos e a gente sabe o quanto pode ajudar as pessoas de todas as idades”, ressalta.
Cláudia Marin, mãe do Matheus de 10 anos, utiliza a cannabis medicinal desde 2014 e só viu melhorias no filho. “Iniciamos a utilização logo no início da discussão do tema e vimos, ao longo dos anos, a melhoria da qualidade de vida do meu filho que passou de 80 convulsões por dia a zero. Ele era uma criança que nenhum alopático conseguia regular, mas que só trouxe benefícios”, conta
Ainda segundo Cláudia, o evento teve a importância porque criou uma rede de apoio para estas famílias. “Este dia teve o objetivo de trazer a informação, porque ainda não é um tema debatido em grande escala, porque queremos propor mais qualidade de vida até encontrarmos a cura”, finaliza.