Marília

Marília terá associação inédita no Estado para acesso a tratamentos com cannabis

Cláudia e Matheus, Nayara e Letícia, mães e crianças na base do projeto
Cláudia e Matheus, Nayara e Letícia, mães e crianças na base do projeto

Voluntários  que já atuam com a defesa e promoção de tratamentos de saúde com uso da cannabis medicinal em Marília devem lançar na próxima semana a Associação Canábica de Marília, a primeira do Estado, que deve ampliar acesso e reduzir custo para uso da planta.

A associação deve trazer a Marília modelo já em uso em outras entidades do país que permite até buscar autorização para plantio e produção do óleo da cannabis, um produto com longos relatórios de sucesso no atendimento a pacientes crônicos em diferentes áreas.

O objetivo é oferecer trabalho social, de acolhimento, integrado a medidas como uma Comissão de Ética com alinhamento de condutas, cadastro das pessoas que vão participar e identificar motivos para a associação e busca pelos procedimentos,
 
Também deve alinhar suporte jurídico para auxiliar ações de obtenção de autorização para produção do óleo. “Pregar a liberdade de plantio para tratamento medicinal. Nada a ver com recreativo a social, só quer que as pessoas tenham direito a qualidade de vida.”

Cláudia com o filho, Matheus, símbolo da luta pelo acesso aos tratamentos


A nova entidade deve atuar com uma terapeuta canábica, farmacêutica e condutas alinhadas com a justiça, médicos e profissionais da saúde.

A assembleia de fundação vai cumprir uma etapa legal para dar início ao registro e atividades formais. A associação já tem modelo de estatuto, planejamento estratégico, proposta de missão e valores a serem aprovadas pelos voluntários na oficialização da entidade.

Foi marcada para o dia 7 de fevereiro no auditório da Famema às 19h30 e a entidade deve surgir inicialmente com envolvimento de voluntários com nome de Maleli, escolhido inspiração no tratamento de duas crianças, Mateus e Letícia, que ja fazem tratamentos com cannabis medicinal.

Óleo extraído da cannabis: uso mostra resultados em qualidade de vida para pacientes


Os dois conseguiram autorização judicial em um caso inédito de Habeas Corpus concedido a dois pacientes na mesma ação, com salvo conduto para compra das sementes e produção do óleo. A cidade tem ainda  o caso de um senhor que recebeu recentemente autorização de plantio.


Matheus usa a Cannabis desde 2014, foi o primeiro na cidade com produtos importados. Enfrentou dificuldades na aquisição, ganhou suporte do Ministério Público Federal e acumula avanços.

Em 2017, Letícia começou também o uso da Cannabis importada. Os dois tiveram resultados, mas ainda não os tão esperados, embora com ganho de qualidade. Mateus, que apresentava de 80 crises convulsivas diminuiu para 30. Em 2018 as mães receberam orientações sobre o uso óleo extraído da planta, feito artesanalmente.

Produção caseira e controlada para extração do óleo de uso medicinal


“Iniciamos e foi quando tivemos grande sucesso, Mateus quase zerou as crises, tem esporadicamente associada a algum fator externo. Mas desde que iniciou não teve nenhum tipo de infecção”, conta Cláudia Marin, mãe de Mateus e uma das ativistas da associação .  

Leticia, que acumula internações e passagens pela UTI, nunca mais foi para o hospital. “Veja bem a qualidade de vida. Sem falar na parte motora das crianças. Mateus quer levantar, balbucia, tenta falar, melhorou muito. A Leticia voltou a andar, está muito esperta, está mais tranquila”, diz Cláudia.