A Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo divulgou previsão de 791 blocos de rua neste carnaval, com programação que começa nesta quarta. Para a Polícia Militar, são 678 blocos registrados em 428 pontos. A previsão é que a movimentação somada dos blocos chegue a 15 milhões de pessoas.
Marília terá três grandes eventos públicos no centro, além de algumas atrações em bairros. E consegue transformar em polêmica que chega ao Ministério Público e a um protesto.
Pra ficar claro: o problema não é a festa. É a cerca. E não só a cerca de metal que os ativistas denunciam, mas os quatro anos de cerca que isolam a administração municipal da coletividade na gritante maioria dos casos.
Conselhos municipais ignorados, pouco ou nenhum entrosamento com a sociedade civil, um desmedido medo de “vamos nós aqui porque se abrir vai ter sabotagem” e uma velha sensação prepotente de somos a luz, os outros são as trevas, chega ao carnaval.
Uma terceirização em cima da hora que deixa a marca da mais absoluta falta de planejamento antecipado, também alimenta a hipótese de que pode esbarrar na dificuldade interna de relações, os pedidos que ficam engavetados.
Aqui parênteses para lembrar casos como a crise com desperdício da merenda que tinha meses de debates internos sobre equipamentos ruins, atrasos de pagamento, problemas de fornecimento e tal.
Em resumo, a gestão fala pouco com a coletividade, fala mal internamente e mesmo boas medidas, como a importante celebração de carnaval, acabam afundadas em problemas com a coletividade.
Ah, sempre vai ter alguém que reclama. Sim. Mas uma boa rede de integração com a comunidade permite até que a população denuncie as sabotagens, reaja às críticas, aproveite os conselhos para eventos futuros.
A cerca da festa passa, pode ser desfeita, pode ser substituída, pode ficar ali até o final da festa e acabou. A cerca maior segue aí. Pode ser fortalecida em outubro, pode continuar com outro eleito. O grande desafio é envolver a coletividade e a gestão em um compromisso de acabar com ela.