O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília realizou mais um procedimento de doação de múltiplos órgãos e tecidos de uma paciente que teve morte encefálica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A alta compatibilidade fez com que sete pacientes na fila de espera de transplantes do próprio Estado de São Paulo fossem beneficiados.
Após a OPO (Organização de Procura de Órgãos) do Hospital das Clínicas realizar a entrevista com os familiares, os mesmos autorizaram a doação, e, em análise com a Central de Transplantes de Ribeirão Preto, identificou no Sistema Nacional de Transplante a compatibilidade com pacientes da capital, da região de Ribeirão Preto e de Bauru.
Através de dois jatinhos fretados pela Central de Transplantes, a equipe do INCOR-SP e do HC Ribeirão Preto realizaram a retirada de coração, pulmão, fígado, pâncreas e rins. As córneas foram retiradas pela equipe de oftalmologia da Famema e enviadas ao Banco de Olhos do HC, encaminhadas posteriormente para um paciente da fila de espera da região de Bauru.
A enfermeira Débora Gutierres e toda equipe da OPO/HCFAMEMA agradece os familiares da paciente pelo gesto de solidariedade e amor ao próximo, que mesmo enfrentando um momento triste conseguiram ajudar a salvar sete vidas. “É um momento delicado, mas que precisa ser questionado, pelo bem da saúde pública e pelo benefício a outros pacientes que sofrem, e que muitas vezes também correm o risco de vida, por necessitarem de um transplante de órgãos. Só temos a agradecer aos familiares e a todos os profissionais envolvidos que se dedicam por esta nobre causa”, concluiu.
Infelizmente, a taxa de recusa dos familiares para doação de órgãos é de aproximadamente 55%. No ano 2019 a OPO contabilizou uma queda de aproximadamente 27% na taxa de doação de órgãos em relação a 2018, foram 32 doadores de múltiplos órgãos que beneficiaram mais de uma centena de pacientes que estavam na fila de espera por um transplante. Foram 132 córneas doadas, 27 fígados, 62 rins, 04 pulmões, 02 corações e 09 ossos.
“Devemos decidir em vida a possibilidade de ser um doador de órgãos e comunicar isso aos nossos familiares, pois são eles que irão autorizar a doação. Esperamos que no ano de 2020 possamos conscientizar mais pessoas sobre a importância da doação diminuindo dessa forma o sofrimento de milhares de pessoas que hoje se encontram na fila à espera de um órgão para transplante”, destacou a enfermeira.
A Superintendente do HCFAMEMA, Dra. Paloma Libanio, fez agradeceu e parabenizou todos os profissionais envolvidos, de diversos departamentos do HCFAMEMA, nesta delicada e complexa operação que organizaram durante a noite toda a logística para atender as equipes cirúrgicas dos hospitais transplantadores.
“O transplante de um órgão começa com a autorização da família, quando ocorre a morte encefálica do paciente, e só termina com o órgão transplantado no paciente receptor, envolvendo dezenas de profissionais tanto do HCFAMEMA como dos hospitais transplantadores e da Central de Transplantes”, afirmou a Superintendente.