Profissionais que prestaram serviços e mantém relações de dívidas com o Hospital Marília, desapropriado pela prefeitura em 1988, buscam na Justiça da cidade acesso a valores de precatórios e outros pagamentos para débitos milionários acumulados nestes 32 anos.
Nos últimos três dias pelo menos três ações para cumprimento de sentença pedem levantamento de valores. As medidas acompanham pagamentos de precatórios realizados no segundo semestre de 2019.
Há caso com ação de R$ 5,8 milhões em que um advogado cobra honorários em uma ação perdida pelo hospital na disputa com um banco. As outras duas ações envolvem valores na faixa de R$ 1 milhão.
Fundado por médicos como um serviço particular no centro da cidade, o hospital chegou aos anos 2000 com forte crise financeira. Em 2008 foi desapropriado pela prefeitura e acabou integrado ao complexo Famema. Hoje abriga o Hospital Materno Infantil.
A desapropriação se arrastou como uma longa dívida em precatório. No final de 2019 o Tribunal de Justiça divulgou pelo menos quatro pagamentos dos débitos. Dívidas trabalhistas são tradicionalmente prioridades nestes casos.
As novas cobranças envolvem situações como a do advogado, que argumenta condição de verbas alimentares, ou seja, de custeio pessoal, equivalentes a pendências salariais, para fazer levantamento de valor.