A defesa de Adriano da Nóbrega pediu autorização à Justiça para realizar uma perícia independente no corpo do ex-policial militar, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias de sua morte, ocorrida em 9 de fevereiro no município de Esplanada, na Bahia.
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Em entrevista nesta ter ça-feira (18), o advogado Paulo Emílio Catta Preta confirmou a jornalistas que a família suspeita da primeira versão dada pela Polícia Militar da Bahia, de que ele foi morto ao reagir e trocar tiros durante uma operação policial que visava prendê-lo.
Questionado se a defesa trabalha com a hipótese de execução, o advogado afirmou que “tem ganhado robustez essa suspeita”. “Há marcas no corpo que, em princípio, podem trabalhar contra essa versão de uma troca de tiros, há notícia de quebra de costelas, sete costelas que teriam sido quebradas, isso tem que ser esclarecido”, acrescentou.
Ele afirmou que não deseja fazer nenhuma “perícia clandestina”, mas que é o desejo da família que haja um exame independente no corpo, feito com a presença de oficiais do Estado, cujo laudo permita confirmar ou não uma perícia oficial.
O advogado também voltou a relatar uma ligação que recebeu do próprio Adriano da Nóbrega em 4 de fevereiro , poucos dias antes de morrer, na qual o ex-PM relatou seu medo de ser assassinado pela polícia. “Ele estava muito convicto realmente de que seria morto”, disse Catta Preta, acrescentando que assumiu o caso quando seu cliente já estava foragido e que essa teria sido a única vez em que se falaram diretamente.
Catta Preta disse confiar nas autoridades estaduais e que por isso não considera, no momento, pedir a federalização das investigações em torno da morte de Adriano da Nóbrega. “Eu volto a dizer que o meu desejo é que isso seja resolvido nas instâncias ordinárias, comuns, estaduais. Eu acredito nas autoridades judiciárias”, disse ele.
O defensor acrescentou ainda considerar comentários feitos por políticos a respeito do caso como “contraproducentes” para a defesa. A respeito de perícia independente em telefones de Adriano da Nóbrega , o advogado afirmou ser cedo para seguir essa linha.
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro comentou o caso, e também disse ser necessária uma perícia independente no corpo de Adriano, que se encontra no Rio de Janeiro . Na semana passada, a Justiça fluminense proibiu que o corpo fosse cremado.
Logo em seguida à decisão proibindo a cremação, o pedido da defesa da família para realizar sua própria perícia no corpo foi encaminhado à Justiça do Rio. Mas, no momento, é preciso aguardar uma definição sobre se quem deve decidir o assunto é a Justiça da Bahia, informou Catta Preta.
Ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro , Adriano da Nóbrega era investigado por diversos crimes, sob a suspeita de envolvimento com milícias e assassinatos por encomenda. Ele era procurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro .
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Ele também era procurado por suspeitas de envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes , em março de 2018.