Carro mais vendido do Brasil, o Chevrolet Onix emplacou 52.959 unidades no primeiro bimestre, segundo o levantamento da Fenabrav (Federação dos Distribuidores de Veículos). Diante disso, afinal, o que faz com que nenhum de seus rivais consiga chegar perto de tanto sucesso? Avaliamos a versão LTZ hatch com câmbio manual de seis marchas (R$ 63.450) — provavelmente a mais divertida da gama — para conhecer o modelo mais a fundo.
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No caso da versão LTZ manual, a intenção da fabricante foi deixar o carro bem equipado, com bancos de couro, o ar-condicionado digital, entre outros itens menos expressivos, como a pintura do console em dois tons. Mas há também que se destacar seis airbags, assistente de partida em rampa e os controles de estabilidade e tração.
A partir da LT, o Onix ganha faróis de neblina, rodas de liga leve de 15 polegadas, conectividade Wi-Fi e sistema de assistência e segurança OnStar. A LTZ manual, a versão testada, adiciona partida sem chave, carregador para celular sem fio, câmera de ré e sensor crepuscular.
Por fim, a Premier, que no pacote inicial vem com rodas de liga leve aro 16, farol projetor, lanternas de LED e bancos de tecido com acabamento de couro, passa a ter ar-condicionado digital, alerta de ponto cego, assistente de estacionamento automático e bancos totalmente de couro com todos os itens disponíveis.
Impressões
O Onix sempre foi uma boa referência de visual moderno, por mais que recebesse críticas de alguns consumidores. E nova geração do hatch da GM segue a tradição, chegando a conseguir mais destaque ante os rivais do que o seu antecessor com detalhes interessantes, como o friso cromado que passa pela grade frontal, unindo os faróis.
Além disso, a linha de cintura ficou mais alta, dando um ar de robustez extra ao carro, cuja traseira passou a ganhar mais detalhes e um estilo esportivo, algo reforçado por itens como as rodas de 16 polegadas montadas em pneus 195/55R16 (Continental Power Contact 2, na unidade avaliada). Com 23 cm a mais que o Onix anterior, o novo tem mais presença, embora o entre-eixos não tenha aumentado muito, passando apenas de 2,53 m para 2,55m.
Ainda por fora, chamam atenção os retrovisores externos com bom ângulo de visão, mas bem que a GM poderia oferecer o recolhimento automático, algo cada vez mais útil nas vagas apertas de condomínios e shoppings e que alguns concorrentes têm, entre os quais, o Hyundai HB20 Diamond Plus.
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No interior, fica ainda mais evidente o quanto o Novo Onix evoluiu nessa nova geração. Levaram bastante a sério a questão da segurança, com aviso de cinto desatados para todos os ocupantes, airbags frontais, laterais e de cortina, controles de estabilidade e tração, ancoragem ISOFIX para cadeiras infantis, bancos dianteiros com encostos de cabeças incorporados à estrutura, faróis com refletores duplos, entre outros equipamentos.
Foi a central multimídia que consagrou o primeiro Onix e, nessa nova geração, o compacto passa a ter disponível um dos melhores sistemas do mercado. A tela é de alta resolução e, entre outros recursos, conta com acesso à internet a bordo, graças à uma parceria com a operadora Claro. Os planos vão de R$ 29,90 a R$ 84,90, oferecendo 2, 5, 10 e 20 GB de capacidade para conexão.
O porta-malas de 275 litros está dentro da média do segmento, lembrando que quem gosta do carro e deseja ganhar espaço para as bagagens, pode optar pelos 469 litros do Onix Plus. Suas linhas no interior são modernas e fazem com que os componentes plásticos não pareçam monótonos. Apenas notei que o comando do tipo “um toque” em todas as janelas precisa que o acionamento dos botões seja feito com certa vontade para funcionar.
O Onix LTZ vem com o novo motor 1.0, de três cilindros, turbo, que rende 116 cv e bons 16,8 kgfm a 2.000 rpm. É moderno e eficiente, com variador de fase na admissão e escape, mas faz toda a diferença quando você aprende a mantê-lo na faixa ideal de utilização. Abaixo dos 2.000 rpm, falta força. Segundo dados do Inmetro, a versão LTZ manual do Onix faz 13,7 km/l na cidade e 17 km/l na estrada, com gasolina, além de 9,6 km/l na cidade e 12,2 km/l na estrada com etanol.
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Quanto à sua suspensão, é confortável quando precisa e firme nas curvas, bem mais que a geração anterior (atualmente vendido como Joy), com o ponto H (base do assento) onde sempre deveria estar. Bom também é o volante de três raios de boa empunhadura e a direção precisa, leve nas manobras e que vai ganhando peso com o aumento da velocidade.
Apesar dos tambores no eixo traseiro, os freios do hatch compacto são precisos e progressivos. Ou seja, é fácil do condutor achar o ponto ideal. Por fim, a embreagem é bem leve e impede que o condutor se canse demais no anda e pára do trânsito.
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Bom também é que o trambulador tem engate macio e instiga, junto do seu fôlego, a uma condução mais esportiva. Mas vale lembrar que, ainda sim, o Onix LTZ com câmbio manual não é pensado para essa proposta, então sempre vale ter cautela. Enfim, qualidades não faltam para o Chevrolet Onix se manter no topo da lista dos modelos mais vendidos do País.
Ficha técnica: Chevrolet Onix LTZ
Preço: a partir de R$ 63.450 (com câmbio manual)
Motor: 1.0, três cilindros, turbo, flex
Potência : 116 cv a 5.500 rpm
Torque: 16,8 kgfm (E) / 16,3 (G) a 2.000 rpm
Transmissão: Manual, seis marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira e traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 195/55 R16
Dimensões: 4,16 m (comprimento) / 1,73 m (largura) / 1,47 m (altura), 2,55 m (entre-eixos)
Tanque : 44 litros
Porta-malas: 275 litros
Consumo: 13,7 km/l (cidade) / 17 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 9,7 segundos
Vel. Max: 186 km/h