A decisão de flexibilizar as regras de restrição à circulação de pessoas em Marília, anunciada na tarde desta sexta-feira pela prefeitura, não teve unanimidade, dividiu opiniões e envolveu pedidos dos hospitais para suporte como enxoval e equipamentos de proteção.
Um vídeo distribuído pela prefeitura mostra pouco mais de duas horas de encontro em que as propostas de abertura gradual do comércio foram apresentadas.
O encontro teve manifestação de representantes de hospitais, empresas e da comunidade. As instituições de saúde apontaram necessidade de suporte em material de uso diário, como enxoval (lençois e toalhas, por exemplo) e equipamentos de proteção, como máscaras, aventais e luvas.
A superintendente do HBU (Hospital Universitário), Márcia Mesquita Serva Reis, disse que a instituição já comprou novos respiradores, mas recebeu a informação de que os fornecedores não têm material para entrega imediata. E pediu apoio. “Neste momento nós precisamos de EPIS, proteger quem está pronto para a guerra”, afirmou. O vice-reitor da Santa Casa, Norival Carneiro, também destacou a necessidade de material e proteção às equipes.
Os discursos mostram que a crise do coronavírus surgiu a um momento difícil para economia e que o comitê tinha a difícil missão de organizar a cidade para atender as duas necessidades.
O médico Kenite Mizuno deu o tom da dificuldade: a saúde envolve as questões físicas, psicológicas e sociais. O coronavírus e as decisões econômicas envolvem problemas em todos os sentidos.
O vídeo mostra também que foram colocadas em votação duas propostas. A primeira para revogar totalmente as medidas, que foi rejeitada por unanimidade, e a segunda, para abertura gradual com as medidas que seriam anunciadas depois (veja aqui).
A reabertura do comércio foi aprovada com maioria, com apoio de empresários, algumas instituições de saúde, e rejeitadas por alguns serviços, especialmente na área pública, como a Polícia Militar e a direção do HC-Famema.
A reunião definiu também a realização da próxima reunião – já anunciada – para segunda-feira, quando as medidas devem ser regulamentadas para publicação do decreto sobre a liberação.
Até lá, embora haja divulgação das ideias gerais de liberação, como vedação à movimentação de idosos e medidas de controle a serem adotadas pelas empresas – não há detalhes técnicos e legais, como eventuais valores de multas, fiscalização e regulamentação prática das medidas.
A Prefeitura publicou ainda na sexta-feira um decreto para regulamentar a criação do comitê que vai passar a responder pelas decisões. Veja aqui a íntegra do decreto.
Abaixo, o vídeo com a íntegra da reunião