"As consequências do impacto do COVID-19 na Saúde Mental"

É fato que no presente momento, nos tempos de quarentena o cuidado integral na saúde se torna indispensável principalmente no que tange a proteção de todos.

Com diversas coisas acontecendo ao mesmo tempo, doença está gerando estresse na população afetada pelo risco de contaminação, incertezas, líderes de Estado em quarentena, mudanças de comportamento como evitar o contato físico (que diga-se de passagem em nossa cultura brasileira e ainda mais interiorana é comum), a “obrigação” de isolamento social, incertezas do andamento epidemiológico e a quantidade de informações verídicas e não verídicas fizeram como consequência da pandemia do novo corona vírus causar pressões psicológicas e estresse em grande parte da população, podendo também agravar ou gerar problemas mentais segundo a OMS.

Por exemplo, as crianças precisam ser orientadas, mas ao mesmo tempo quando percebem que os pais estão estressados e ansiosos, elas têm a grande tendência de reproduzir esse comportamento podendo desenvolver mais apego ou sendo mais exigentes com os adultos.

Há algumas orientações para enfrentar consequências psicológicas e mentais do novo Corona vírus conforme algumas pesquisas tem recomendado como é o caso da publicação desse mês da Revista The Lancet Psychiatry retratando as estratégias que foram adotadas para atender a demanda da população chinesa nesse contexto, nesse estudo os autores apontaram que os efeitos psicológicos provocados pela a epidemia mais comuns foram o medo, estresse, estresse pós-traumático, confusão e raiva, além de ansiedade.

Embora as pandemias exijam a tomada de ações de promoção, prevenção, proteção e recuperação em saúde, elas também afetam os indivíduos e a sociedade em diversos setores como social, econômico, cultura e mental sendo este que nos merece uma atenção especial.

Infelizmente o Estigma (desaprovação de características ou crenças pessoais, que vão contra normas culturais) e xenofobia (aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros) são dois aspectos de impacto social dos surtos infecciosos de pandemia. O Pânico e estresse também têm sido associados a surtos. Com o aumento das preocupações com a ameaça percebida, hábitos como coletar e acumular e outros suprimentos médicos, alimentos, excesso de notícias tanto verídicas como fake News podem gerar comportamentos relacionados à ansiedade, distúrbios do sono e menor estado geral de saúde percebido. Indivíduos com doença mental podem ser particularmente vulneráveis ??aos efeitos de pânico e ameaça generalizados.

Destaca-se que o cuidado em saúde mental se faz necessário, pois ao suprirmos essa necessidade, o nosso organismo possui resposta frente as situações de estresse, com o aumento do cortisol favorece na diminuição de nossa imunidade física, favorecendo a queda das nossas defesas do organismo, onde a vulnerabilidade e resfriados e demais infecções poderá ser instalada com maior facilidade.

É de suma importância compartilharmos que embora os efeitos do coronavírus na saúde mental não tenham sido sistematicamente estudados, muitas pesquisas se encontram em andamento, contudo, nós profissionais e pesquisadores da área , prevemos que o COVID-19 tenha efeitos ondulatórios1,2, principalmente com base nas reações públicas atuais (a forma como os pacientes, famílias e sociedade lidam com essa ameaça recente).

Como podemos manter a nossa saúde mental nesse momento?

As autoridades de saúde, profissionais da área de Psiquiatria e Saúde Mental através do Departamento de Saúde Mental da OMS, orientamos:

O covid-19 não tem bandeira, demonstre empatia!

Não existe nenhuma relação da doença com uma etnia ou nacionalidade. As pessoas infectadas não fizeram nada errado e merecem nosso apoio, compaixão e gentileza;

É importante separar a pessoa e a sua identidade do vírus em si para reduzindo o estigma;