A Ford tem passado por sucessivas reduções de rating de crédito pelas agências especializadas Moody’s e S&P. Para piorar, a pandemia do coronavírus fez despencar as vendas de todas as marcas em todo o mundo. Neste cenário, o desafio da Ford é lançar o SUV elétrico Mustang Mach-E, cartão-de-visita da sua nova era de eletrificação, ainda em 2020.
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A montadora tem pressa e já comprometeu em investir US$ 11 bilhões no desenvolvimento de elétricos, começando com a produção progressiva de 50.000 unidades anuais do Ford Mustang Mach-E, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia.
Segundo o jornal Detroit News, a Ford mandou os seus engenheiros para casa devido ao coronavírus, mas eles continuam trabalhando. Com acesso remoto, eles aperfeiçoam o sistema de software e a arquitetura eletrônica do Ford Mustang Mach-E . Alguns técnicos especializados estão também com protótipos do esportivo eletrificado para realizar testes finais de rodagem em áreas desertas e de livre circulação.
A difícil missão de recuperação da Ford também está baseada nos SUVs e picapes tanto elétricos como à combustão. Estes modelos, especialmente os de luxo, com altos preços, estão entre os mais rentáveis da empresa. Agora, a baixa do preço do petróleo fará com que esses utilitários esportivos e grandes picapes à gasolina sejam ainda mais atraentes para os compradores americanos. Entretanto, a montadora prometeu que todos os modelos disponíveis terão, pelo menos, uma opção de eletrificação.
Na Europa, a Ford está, definitivamente, no mundo dos eletrificados. A montadora tem 5 novos carros híbridos : o Kuga, o Explorer, a van Tourneo Custom, o Puma EcoBoost Hybrid e o Mondeo. Interessante que as vendas da montadora antes em baixa no continente europeu, em 2019 subiram acima de um milhão de unidades, com a Alemanha mostrando um crescimento forte. Claro, que este ano o resultado estará comprometido.
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O Puma EcoBoost Hybrid pode ser uma boa opção de fabricação nacional da marca no Brasil, onde a montadora parece estar com o freio de mão puxado de novos automóveis. Ele é um crossover compacto de inspiração SUV, que tem conjugados um motor elétrico e outro à gasolina que aqui no País bem que poderia ser flex.
Com uma mecânica mid-híbrida (gerador elétrico recarregado automaticamente) conta com um motor elétrico de 48 volts. Uma novidade é a tecnologia turbo EcoBoost Hybrid, que reforça assim o motor a gasolina de 1.0 litro de três cilindros como um sistema integrado. Disponível nas variantes de 125 cv e 155 cv, este sistema monitoriza continuamente a forma como o veículo está sendo utilizado, determinando a intensidade e os períodos de carga de bateria. O Puma deve ter uma versão 100% elétrica em 2022.
Outra boa opção da montadora para o mercado brasileiro poderia ser o Kuga Hybrid, um SUV médio chamado também de Escape nos EUA. As três novas opções de motorização são o 100% híbrida, com configurações mid-híbrido e o híbrido plug-in (com gerador recarregado numa tomada). O novo Ford Kuga híbrido plug-in terá autonomia totalmente elétrica de mais que 50 quilômetros. A principal versão combina um motor 2.4 a gasolina a um motor elétrico, com a potência combinada de 225 cavalos.
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No Brasil, o impacto da pandemia do coronavírus vai atrasar ainda mais os planos de mudança da marca. No momento, a Ford suspendeu a produção em suas fábricas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), além unidade de Pacheco, na Argentina. Nessas fábricas produzem o KA, EcoSport e Ranger, únicos veículos de volume oferecidos pela marca na região.
Ventiladores pulmonares
Além do Ford Mustang Mach-E e os outros modelos, a Ford, General Electric (GE) e 3M informaram nos EUA que estão colaborando na produção de ventiladores pulmonares, além de equipamentos de proteção individual para atender à demanda elevada, provocada pela pandemia do novo coronavírus . A General Motors também anunciou semelhante medida.