Durante a pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, aldeias indígenas têm sofrido ataques e ficado vulnerável à contaminação. Em uma nota conjunta, a Associação do Povo Indígena Karipuna (Apoika) o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Greenpeace Brasil alertam que há um risco iminente de genocídio da população Karipuna, de Rondônia.
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No dia 1º de abril, indígenas Karipuna viram quatro pessoas limpando uma área de reserva florestal a menos de dez quilômetros da Aldeia Panorama , onde o grupo de indígenas vive no momento em isolamento contra o Covid-19. Dois dias antes, em 30 de abril, era possível ouvir ruídos de máquinas e motoserras próxima a região.
“O risco de um iminente e fatal genocídio do povo ressurge agora de modo ainda mais preocupante, seja em função de um potencial ataque dos invasores, seja devido à possibilidade desses invasores contaminarem os Karipuna com o coronavírus “, diz a nota assinada em conjunto pela Apoika, Cimi e Greenpeace.
Tortura no Mato Grosso do Sul
Em novembro de 2019, a Reserva Indígena de Dourados, no Mato Grosso do Sul, foi alvo de ataques. As áreas de Ñu Vera Guasu e Aratikuty sofreram com a destruição de barracas e agressões na manhã do dia 5 de abri. A retomada Avae’te foi atacada a tiros.
Os Guarani e Kaiowá informaram que em outubro fe 2019, um jovem indígena de 21 anos foi baleado, mantido refém e torturado por seguranças privados.
“Disseram que ele ameaçou os pistoleiros, mas ele foi atacado primeiro. Amarraram ele na caixa d’água, na nossa frente, e ficavam batendo nele. Diziam: ‘vem pegar o amigo de vocês’, e batiam nele. Ele tremia e gritava. Quando vimos, ele estava desmaiado”, relatou uma Guarani Kaiowá.
Outro Guarani Kaiowá que presenciou a cena afirma que, antes de ser carregado, o indígena também teria sido agredido com a pá do trator blindado.
“Quando ele tava no chão, os jagunços prensaram ele com a pá do trator. Depois, jogaram ele no caveirão e levaram embora”, disse.