Marília

Advogado com infarto em Marília enfrenta falta de UTIs, elogia HC e emociona

Advogado com infarto em Marília enfrenta falta de UTIs, elogia HC e emociona

O advogado e jornalista Henrique de Arruda Neves mostra em redes sociais um depoimento que emociona, alerta e mostra a gravidade embutida na crise da saúde provocada pela epidemia do coronavírus: vítima de infarto, testemunhou luta de médicos por uma vaga em UTI, maior preocupação em situação de colapso do setor.

Em uma postagem em suas páginas de redes sociais, que começa a com o título “Eu estive lá”, o jornalista relata “a preocupação do médico responsável buscando insistentemente uma vaga na UTI para me acomodar, sem sucesso” e a apreensão na chegada de suspeitos de coronavírus. O Giro procurou o HC para falar sobre falta de leitos e aguarda manifestação oficial.

“Senti o medo de não ter uma UTI disponível naquelas 48 horas cruciais. Confiei em Deus e no seu filho Jesus, que não escolhem lugar para realizar milagres. Acreditei na ciência, no conhecimento dos médicos e enfermeiros que me socorreram, aos quais dedico preito de gratidão eterna”, afirmou.

Henrique disse ainda ter visto “o medo nos olhos de alguns dos profissionais de saúde sempre que soava a campainha da emergência” em frente à possibilidade de caso grave de coronavírus .

Henrique está longe de ter o perfil “achista” ou mal informado das redes sociais. Jornalista há quatro décadas na cidade, com atuação pelos principais veículos de comunicação, é também advogado reconhecido por décadas de atuação. 

O depoimento foi ampliado em uma conversa online com o também jornalista mariliense Ricardo Ribeiro, que hoje mora na Europa e comanda o portal Portugal Online, onde Henrique falou do apoio da família, elogiou o atendimento que recebeu no Hospital das Clínicas e repetiu seu alerta com o pedido: fiquem em casa.

Nas mensagens, além da atenção dos profissionais da saúde, agradece ao carinho da família e a companhia permanente da esposa Cleide, em um dos momentos de mais emoção na transmissão.

A íntegra da postagem está na página do jornalista no Facebook. O vídeo com o depoimento de Henrique pode ser acessado no portal Portugal Online – aqui.

O jornalista sofreu o infarto na noite de 7 de abril. “Comecei – entre 23h e 23h30 – a me sentir mal. Senti que começou a ficar séria porque havia pressão muito grande no peito, estendia para costas. Minha família primeiro a uma unidade de pronto atendimento e concluíram que eu estava infartado.”

Foi levado ao HC pelo Samu. Em poucos minutos passou por exames e por procedimento cirúrgico para implante de três stents, que recuperam a circulação de sangue no coração.

Segundo o jornalista, a rotina na saída do centro de atendimento será internação na UTI para monitoramento especial nas pr9imeiras 24h e com mais tranquilidade até 48h depois do procedimento.

“O médico ligou várias vezes ao setor de acolhimento em UTI pedindo que disponibilizasse uma para mim. Resposta sempre negativa. Uma pessoa, se não me falha a memória, de Pompéia, estava também sendo encaminhada para HC, seria mais uma precisando de UTI em estado grave”, conta.

Henrique passou as 48 horas em um leito na área de emergência. Faz muitos elogios à qualidade do atendimento mas alerta sobre a preocupação de colapso nos hospitais.