Sobre nossa teimosia em insistir no que já está acabado.
Pontos finais não existem só dentro da linguagem escrita.
Existem na nossa vida, no nosso dia a dia.
Às vezes insistimos em exclamações, interrogações, reticências, mas uma hora ou outra, vamos ter que assumir que o ponto final chegou.
Perdemos tempo demais querendo prolongar momentos, querendo manter pessoas.
Manter pessoas?
Em algum momento de sua vida você já se deu conta de que as pessoas escolhem seus próprios caminhos?
É uma perda de tempo, totalmente desprovido de sentido, querer manter alguém em sua vida.
Fica em nossa vida quem quer, quem olha para nós e vê valor na pessoa que somos e, escolhe ficar.
Pontos finais são necessários para que novas histórias sejam escritas.
Todo final pressupõe um recomeço. Pode ser pior, pode ser melhor. A certeza é que será diferente.
Mas não menospreze a força do fim de algo. O fim diz muita coisa, nem tudo que finda foi ruim, às vezes foi muito bom, mas o que é bom, também termina.
E se foi ruim, aí é que temos que valorizar o poder do sinalzinho gráfico.
Pudim, chocolate, remédio amargo, bolinho de chuva, pão de queijo, dente arrancado na surpresa, cólica, dor de barriga, tudo acaba.
Valorize o meio do caminho, a colherada de um pudim de leite, o bolinho de chuva num dia frio ou o amargor do remédio que se desprendeu da língua.
Vai por mim, dói quando acaba, mas passa. Uma hora um novo parágrafo se inicia, uma nova estrofe toma rima e você renasce como prosa ou poema.
Tudo inicia com um ponto final.